Nascido em Amaraji no estado de Pernambuco, Josias Gomes se formou em Agronomia pela Universidade Federal da Paraíba em 1980. Foi militante do movimento estudantil e presidente do Diretório Acadêmico de Ciências Agrárias, que junto com os demais membros do diretório acadêmico Jaime Coelho de Moraes lideram a primeira a primeira greve no estado da Paraíba no ano de 1978, 14 anos após o golpe civil-militar de 1964. É membro fundador do Partido dos Trabalhadores (PT), partido que foi Presidente Estadual na Bahia nos anos de 1999 e reeleito em 2001. Foi eleito Deputado Federal nas eleições de 2002, 2010, 2014 e reeleito em 2018 e 2022. Atualmente está no seu quinto mandato em exercício. Foi secretário de Relações Institucionais do primeiro governo de Rui Costa e continuou servindo ao Estado no seu segundo mandato, na Secretaria de Desenvolvimento Rural.
Infância e Juventude
Josias Gomes da Silva é filho de Maria José Alves da Silva e Jesuíno Gomes da Silva. Seu pai, um curumba (trabalhadores que deixavam o Sertão no período da seca em busca de trabalho no corte da cana das usinas de açúcar na zona da mata pernambucana), acabou fixando residência em Amaraji, terra onde predomina a cultura da cana de açúcar, ali constituindo família. Dona Menininha, sua mãe, filha de operário da Usina União e Industria, sindicalista filiado ao Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Açúcar e do Álcool do estado de Pernambuco foi além de uma mãe carinhosa com os filhos, uma humanista de grande coração. A matriarca dedicou a vida a ajudar os trabalhadores dos engenhos. Quando veio morar em Amaraji, sua casa era passagem obrigatória dos moradores dos engenhos, os que adoeciam procuravam sua mão caridosa para lhe prestar assistência. A solidariedade de Dona Menininha permanece viva com Josias Gomes.
Josias é um dos cinco filhos de Jesuíno e Maria José e tem mais três irmãos por parte de pai, sendo que dos oito irmãos, apenas três cursaram nível superior. Cursou o ginasial na cidade de Escada, no Ginásio Agrícola, em regime de internato. Para ajudar nas despesas escolares e pessoais, plantava verduras e criava galinhas, que eram vendidas nas feiras livres das cidades vizinhas. Cursou o segundo grau no Colégio Agrícola de Belo Jardim, igualmente em regime de internato, onde também criava porcos e plantava pimentão e repolho, que vendia no Ceasa de Recife. Estudo, trabalho, política e relações humanas sempre estiveram entrelaçadas na trajetória de Josias.
Josias Gomes é filho legítimo da luta de classes que se arrasta no país desde o Brasil Colônia até os dias atuais. A sua vivência na infância e juventude nos engenhos de Amaraji desde sempre aguçou a sua percepção social e o modo como as relações humanas se davam a partir das condições objetivas. Fazendo um pequeno apanhado histórico, constatamos que Pernambuco viveu no tempo da colônia o apogeu do ciclo de açúcar, que foi a primeira atividade econômica de grande escala exercida pelos colonizadores portugueses quando se estabeleceram no estado. Duarte Coelho foi o primeiro donatário de Olinda, a capital açucareira da província. Os engenhos foram as primeiras indústrias do Brasil Colônia. Entender os meandros desta engrenagem ajudam a explicar como foi forjada a essência de Josias Gomes que bebeu desta fonte geradora do Brasil nordestino, especialmente pernambucano.
A História e Sociologia comprovam que o ritmo de vida e a economia da sociedade colonial eram ditados em grande medida pelos engenhos. Em Pernambuco, as relações de colonialidade – definido por historiadores como fenômeno histórico e cultural que tem sua origem no colonialismo, mas que se mantém após a experiência colônia – é marcante, sobretudo em cidades iguais à Amaraji. Neste contexto, Josias teve contato direto com a cultura açucareira, foi testemunha ocular ambientado nos engenhos de Amaraji. De modo que consegue recordar com riqueza de detalhes a organização socioeconômica daquele tipo de sociedade tão comum na Zona da Mata de Pernambuco. A sua vivência fértil neste terreno tão Freyriano contribuiu enormemente com a biografia do deputado petista. Durante a entrevista da construção deste texto, Josias relata a experiência nos engenhos:
“A Casa-Grande era onde o senhor de engenho e toda a sua família viviam. Essa construção ficava na parte mais alta do terreno para assim ter uma visão panorâmica de toda a propriedade. Na Casa-Grande eram tomadas as decisões elementares que sustentavam aquele sistema de poder. Este período marcante é origem da minha formação política, humana e intelectual.” Gomes, Josias (2021).
Em Amaraji, Josias vivenciou de perto a engrenagem do Engenho Republicano Moendo, praticamente o último grande engenho em operação no final dos anos 60. A esta altura, a correlação de forças regionais, do sistema político e de atividades econômicas já haviam mudado. O Brasil passou por um grande processo de industrialização, o centro do poder político transferiu-se para o Rio de Janeiro e o poder econômico para São Paulo, morada de muitos nordestinos que migraram em busca de oportunidades de trabalho.
O certo é que com a modernização do parque industrial, poucos engenhos restaram produzindo açúcar. Em seu lugar vieram as usinas. Os engenhos passaram a fornecer a cana-de-açúcar para elas. A família Gomes acompanhou a transição engenho-usina. O complexo agroindustrial açucareiro dispõe de um moderno parque industrial e uma imensidão de terra entre as mais férteis do estado de Pernambuco voltados para a produção da monocultura de cana-de-açúcar. O pai de Josias, Senhor Gino, trabalhou toda a vida na Usina União & Indústria de propriedade na época do deputado federal Dr. Luís Dias Lins. Ainda hoje, a usina permanece em propriedade dos herdeiros Lins.
Seu Gino foi de cortador de cana à administrador de engenho, tendo chegado a este posto pela sua liderança e sua forte capacidade agregadora, duas características que marcariam a vida de seu filho Josias Gomes. Com o passar do tempo e da dificuldade em montar à cavalo (meio de transporte fundamental para visitar todo o engenho e acompanhar toda atividade agrícola desenvolvida pelos trabalhadores rurais), Seu Gino foi recompensado pelo usineiro como chefe da estação de Amaraji.
As ferrovias foram construídas pela usina com o propósito primeiramente de transportar cana-de-açúcar e posteriormente Dr. Dias Lins tinha o objetivo de realizar as atividades de transporte de passageiro e carga entre Amaraji e Frexeiras, no entanto o sonho não se concretizou.
Ainda criança, Josias presenciou Dr. Dias Lins realizar a campanha de reeleição à deputado federal. Quem diria que o Brasil de forte herança colonial que sempre dizia amém aos seus senhores, ainda que em épocas distintas, pudesse colocar no poder dois deputados federais oriundos da mesma usina. Um descendente de engenho e dono da usina e o outro protagonista dessa história, filho de curumba e militante das causas sociais.
A luta pela terra no interior do nordeste era questão vital, o que viria acontecer e modificar de alguma forma a estrutura rural nas propriedades nordestinas. Pernambuco por sua vocação histórica de movimentos revolucionários é o berço das disputas agrárias. Josias presenciou ao longo do tempo a transformação, por exemplo, do engenho Estivas, no município de Amaraji, que na época do seu nascimento e infância pertencia a Usina União e Indústria e nos dias atuais passou a ser um assentamento da reforma agrária, onde muito dos seus amigos da época do engenho hoje é assentado e estão produzindo milho, banana, cana, abacaxi, entre outros alimentos.
Devido a quase inexistência de assistência técnica, da falta de crédito, pouca mecanização e com estradas precárias, os assentados se viravam como podiam para produzir. O abacaxi de Estivas hoje não chega pra quem quer na feira de Amaraji. Os agricultores familiares precisam de mais apoio do poder público em Pernambuco! A agricultura familiar não tem como se desenvolver se não contar com decisiva participação dos governos municipais, estaduais e federal.
Vejam a importância das lutas sociais. As Ligas Camponesas, organizações de camponeses formadas pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) a partir de 1945 foram os primeiros grandes lutadores do campo que lutaram por terra e dignidade do homem do campo. O movimento foi perseguido pelo governo Vargas, mas a semente da libertação já estava lançada. E foi justamente em Pernambuco a partir de 1954 que o movimento retomou a sua causa e se espalhou feito pólvora incendiada por outros estados com destaque na Paraíba. O mais conhecido líder do primeiro período foi Gregório Lourenço Bezerra e do segundo, Francisco Julião Arruda de Paula. Mais uma vez, os movimentos campesinos foram reprimidos por uma ditadura, agora, no Golpe Civil-Militar de 1964. A reforma agrária só retomaria o seu protagonismo no início da década de 80 com a ascensão do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), maior movimento de luta pela terra do planeta.
É importante conectar a questão rural com a vida de Josias, neste ambiente achamos as suas pegadas. E onde Josias não pisou, revisitou a história como um leitor voraz da literatura do tema. Além de ser indagador nato de gerações passadas que lutaram pela terra. A sua formação como Técnico Agrícola e Agrônomo não são por acaso. O seu engajamento político com a questão campesina está vinculado ao seu DNA curumba.
Partido dos Trabalhadores
Josias Gomes está no Partido dos Trabalhadores desde os primeiros movimentos que culminaram na sua fundação. Participou da primeira campanha de filiação no ano de 1980, quando ainda estudante de Agronomia no Estado da Paraíba. Exerceu diversas funções de direção no PT nos estados onde militou politicamente. Em Rondônia, foi Secretário de Organização entre 1983/84 e Secretário Geral em 1985/87; participou na condição de coordenador, em fins de 1983 da campanha pelas “Diretas Já” e contribuiu para a formação de sindicatos de diversas categorias no estado de Rondônia, onde trabalhou e militou por mais de 5 anos.
Passou pela Secretaria de Planejamento do Governo de Rondônia, sendo conduzido, ainda, pela primeira bancada parlamentar petista na Assembleia Legislativa de Rondônia, à função de Vice Diretor-Geral da Casa.
Em 1985, foi o candidato a vice-prefeito na chapa do PT para a Prefeitura de Porto Velho, na primeira disputa eleitoral pós-ditadura nas capitais brasileiras. Ainda em Rondônia, organizou, em 1986, a primeira greve de funcionários públicos do Estado e, no mesmo ano, coordenou a campanha do candidato a governador pelo PT.
Em 1989 chegou à Bahia, pela região cacaueira, onde participou da coordenação da campanha presidencial do companheiro Lula. Também, em 1989, ajudou a organizar a primeira campanha salarial unificada dos trabalhadores rurais da lavoura cacaueira. Participaram 26 sindicatos de trabalhadores rurais, numa memorável campanha.
Em 1990, coordenou a campanha de Geraldo Simões para deputado estadual. Uma campanha, por sinal, vitoriosa. Ao mesmo tempo, trabalhou pela criação da Central Única dos Trabalhadores na região cacaueira, tendo Everaldo Anunciação como seu primeiro presidente. Em 1992, coordenou a campanha de Geraldo Simões para a Prefeitura de Itabuna. Após esta outra campanha vitoriosa, ocupou a Secretaria de Assuntos Estratégicos, espaço de articulação política da administração municipal.
Em 1997, assumiu a Secretaria Geral do partido no Estado. Dois anos depois, em 1999, foi eleito presidente do PT da Bahia. Em 2000, na função de presidente da legenda, na Bahia, coordenou a campanha municipal daquele ano, quando PT elegeu sete prefeitos e 114 vereadores nos diversos municípios da Bahia. Em 2001, nas primeiras eleições diretas do PT, foi reeleito presidente estadual, ainda no primeiro turno. Ajudou a coordenar a campanha eleitoral de 2004, onde o PT elegeu 19 prefeitos, 13 vice-prefeitos e 183 vereadores.
Atuação de Josias Gomes na SERIN
Nas eleições de 2002, Josias Gomes se elegeu deputado federal com 75 mil votos, distribuídos em 384 municípios. Em 2010, 2014 e 2018 novamente se reelegeu deputado federal com mais de 115 mil votos. Durante o mandato parlamentar de 2014 licenciou-se para assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SERIN) no primeiro governo de Rui Costa (PT) na Bahia.
No período em que esteve à frente da Serin, Josias Gomes participou ativamente desta importante função, recebendo em audiência prefeitos, vice-prefeitos, e vereadores dos 417 municípios baianos, além de Deputados Estaduais e Federais.
Também recebeu em seu gabinete lideranças políticas, lideranças comunitárias, representantes de sindicatos, dirigentes de associações de pequenos produtores rurais, de associações quilombolas, dos movimentos que lutam pela posse da terra e representantes de grandes empresas produtoras de celulose, visando resolver os conflitos – principalmente na região Extremo – Sul da Bahia.
Foi o interlocutor dos municípios nas reivindicações por pavimentações de estradas, calçamento de ruas, iluminação pública, implantação e extensão da rede de água beneficiando, principalmente, distritos e comunidades rurais, além da instalação de sinal de TV e de telefonia celular.
Também intercedeu – via emendas parlamentares – para a realização de diversos empreendimentos, como construção de Praças Públicas, investimentos na agricultura familiar, reforma de estádios municipais e de quadras poliesportivas, além da reforma e ampliação de hospitais, unidades de saúde, e escolas, entre outras ações.
A atuação na Serin é um trabalho árduo e nem sempre bem compreendido pelos agentes que participam desse processo. Mas Josias Gomes sempre esteve receptivo, de portas abertas para receber todos aqueles que o procuraram e seu trabalho é reconhecido tanto pelos demais secretários, pelos seus colegas parlamentares e pelo governador Rui Costa.
Sua atuação à frente da Serin resultou em grandes conquistas e importantes soluções de problemas, que contribuíram para que sua gestão fosse auspiciosa, produtiva e completamente satisfatória em atender o grande desafio que lhe foi destinado. A missão muito bem executada foi fundamental para que em 2018 Rui Costa fosse reeleito governador da Bahia com a maior votação de um governador no estado.
Atuação de Josias Gomes na SDR
O trabalho pelos baianos e baianas não para, depois de reeleito deputado federal (PT-BA) em 2018, no início de 2019 foi convidado pelo governador Rui Costa para assumir a Secretária de Desenvolvimento Rural (SDR), com objetivo de consolidar e ampliar o legado construído na agricultura familiar baiana. Depois de três anos à frente da pasta, o desenvolvimento rural baiano passou a ser referência de políticas públicas exitosas no campo.
O Governo do Estado por meio da Secretária de Desenvolvimento Rural e órgãos vinculados já investiu R$ 2,4 bilhões na agricultura familiar baiana, com destaques para os Programas Bahia Produtiva e Pró-Semiárido que foram reconhecidos pela ONU como dois projetos modelos de inclusão produtiva e combate à pobreza. Josias Gomes utilizou toda sua experiência política acumulada como alto dirigente do PT, de mandatos parlamentares e como Secretário de Estado, aliado a formação em Agronomia para fazer da SDR o principal indutor socioeconômico da Bahia, o seu trabalho é reconhecido pelo governador Rui Costa, equipe de governo, prefeitos (as), vereadores (as), deputados (as), partidos aliados e principalmente os milhares de agricultores familiares beneficiados pelas políticas públicas implantadas nestes 3 anos em que Josias Gomes lidera o competente time da SDR.
Entre as principais realizações da secretaria estão: assistência técnica especializada e extensão rural, distribuição de maquinários e insumos agrícolas, fortalecimento das agroindústrias, oficinas de capacitação das comunidades rurais, regularização de terras no campo, acesso à água e recuperação de estradas vicinais, valorização das feiras livres e mercados municipais. A SDR ainda criou o selo da Agricultura Familiar, oportunizou acesso aos mercados, desenvolveu estratégias de comunicação e marketing de cooperativas, associações e demais entidades representativas. Ampliou as parcerias com consórcios de territórios nas diversas regiões do estado. Além de promover consideravelmente o fortalecimento das cooperativas baianas que hoje exportam seus produtos no Brasil e em outros países. Tudo isso tendo como conceito a agroecologia com relações humanizadas entre os atores do campo.
A marca deste trabalho incansável tem sido campo fértil para o empoderamento e libertação socioeconômica dos agricultores familiares, povos indígenas, quilombolas, cooperativismo, mulheres campesinas e de todo meio rural, negligenciados por antigos governos estaduais que antecederam o PT.
A luta não cessa! Josias Gomes permanece sendo voz ativa e altiva na defesa da vida acima do lucro e na construção do poder democrático e popular liderado pelo Partido dos Trabalhadores.
Retorno ao mandato
Em 2023, Josias Gomes assumiu o seu quinto mandato de deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores. É vice-líder da Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB). Josias tem a missão de continuar o trabalho que leva ações aos 27 Territórios de Identidade da Bahia e de ser um dos parlamentares centrais que dão sustentação ao governo Lula na Câmara Federal. O Mandato do Trabalho está a serviço do povo brasileiro e do Brasil.
Na Câmara Federal, Josias é a voz do povo. O deputado utiliza de toda a sua experiência e prestígio de parlamentar consagrado por quatro vezes pelo voto popular no intuito de responder, por meio do mandato, os anseios de milhões de pessoas.
Junto à bancada do Partido dos Trabalhadores, ele reforça a luta petista contra os constantes ataques de Bolsonaro à nação. O deputado exerce protagonismo no apoio aos projetos de Lei que atendam os princípios constitucionais e de interesse da coletividade.
A atuação do líder histórico do povo é a certeza de que temos um defensor dos brasileiros (as) nos grandes temas nacionais e estaduais da sociedade e também na soberania nacional.
Através de emendas parlamentares, Josias Gomes destina recursos aos municípios baianos e contribui de forma decisiva no desenvolvimento socioeconômico da Bahia: É trabalho que transforma a vida das pessoas.
“Seguimos na luta em defesa da democracia e na construção do poder popular”. – Josias Gomes