Só mesmo o Bozo pra contestar!
Bastou o dono do cachorrinho adestrado perder as eleições nos EUA para que o cão Bozo latisse e contestasse a vitória legitima de Biden. Bolsonaro estava tão certo de que o golpe tramado por Trump teria êxito, que somente aos 44 do segundo tempo o infame parabenizou discretamente o novo presidente Democrata.
E porque o filhote do Trump parabenizou Biden, se o episódio da invasão do gado branco ainda não tinha ocorrido no Capitólio? É preciso simular veracidade. Bolsonaro estava tão crente que Trump invalidaria as eleições norte-americanas, que mandou o seu filho Eduardo Bananinha acompanhar o cavalo de pau de perto. Se Bozo usurpou as eleições utilizando-se das mesmas táticas escusas Trumpistas, não perderia de vista esse estágio golpista na dita “maior democracia” do mundo.
Golpe contido, Trump desmoralizado, não restou outro caminho para Bolsonaro a não ser direcionar seu foco nas eleições brasileiras de 22. O projeto de ditador afirmou que no Brasil, caso não haja voto impresso, o caos será muito maior do que o dos EUA. Nenhum general em sã consciência entrega a sua tática de guerra com 2 anos de antecedência. O problema é que no Brasil golpes estão intrinsicamente ligados à nossa história, tanto que uma fala dessa natureza vinda do presidente é dita sem maiores consequências.
O pesadelo golpista parecia ter sido superado desde a redemocratização, mas o PSDB liderado por Aécio Neves sorrateiramente contestaram a vitória de Dilma em 2014, este é o precedente do Bozo. Planta-se o golpe aqui para colher no futuro breve. Instituições violadas/cúmplice de ritos antidemocráticos abre caminho ao fascismo. Aliás, se as nossas instituições estivessem fortalecidas, o Bolsonaro versão 19/2020 nem precisaria implantar a sua versão 2.0 em 2022/23, o que o sociopata já fez teria motivos de sobra para ser afastado da presidência e ser julgado pelos seus crimes.
A extrema direita age no curto prazo, mas dissemina suas ideias com razoável tempo. Desde já, Bolsonaro trabalha em duas frentes: 1- fortalece e amplia o braço armado formados por milícias, armamentistas, bozinhos fanáticos; compra das forças armadas com cargos e aumentos irreais de supersalários, e a última, tenta coaptar, de forma oficial, as polícias estaduais que tem penetração em todo território nacional. Qualquer repetição da estratégia de Pinochet e os Carabineiros na ditadura chilena não é mera coincidência.
2- A polarização ideológica antissistema: o gado bolsonarista está sendo alimentado pela falácia de que as eleições são fraudulentas. “A esquerda, STF, imprensa, Congresso querem implantar a ditadura comunista”. “E os ‘patriotas’ – formados pelo esquadrão da morte – precisam salvar o país”, dirão os canalhas. Fora a esquerda e as forças progressistas, não se anula a hipótese daqueles que sempre apoiaram golpes com objetivo de explorar os espólios de guerra que se associem a ditadura Bolsonarista em marcha. Quando o galo canta, quem distribui as regras do jogo é a elite econômica. E nós sabemos do que essa banda podre é capaz!
O desastre econômico do desgoverno, o caos que assola o país e o afastamento da velha direita de Bolsonaro, somado à batalha política/jurídica para proteger a Familícia, dão sinais de que Bolsonaro chegará ao pleito de 22 desidratado, restando ao fascistoide a ruptura democrática. Por isso, mais do que nunca, a batalha campal contra o Bolsonarismo é nas ruas, é vencê-lo de imediato! Esperar que as eleições de 22 resolvam problema de tal dimensão é cometer o mesmo erro de quando muita gente subestimou o golpe desenhado pelo lavajatismo. Com a diferença de que não mais haverá simulacro democrático. É ditadura: “ame-o ou deixe-o”.
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia licenciado e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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