Movimento Estudantil e refundação da UNE
Se no Ginásio Agrícola e em Belo Jardim plantei as sementes da revolução, no meu período universitário forjei-me definitivamente revolucionário. Juntamente com outros valorosos companheiros e companheiras do Movimento Estudantil, nós enfrentamos a ditadura na luta por liberdades democráticas e melhores condições de estudos nas universidades.
No final dos anos 70 a máscara da Ditadura tinha caído pra boa parte da sociedade, não antes sem prender, torturar, matar e exiliar inúmeros brasileiros que resistiram aos anos de chumbo -além do estrago socioeconômico-. Pois bem, uma década depois do letal AI-5, o Ato que suspendeu toda e quaisquer garantias constitucionais, o Movimento Estudantil teve papel central pra encurralar a ditadura e refundar a UNE, um dos maiores orgulhos da nossa geração que tinha continuado a luta da geração de 68, liderada pelo meu amigo Zé Dirceu.
Eu conciliava os estudos, Movimento Estudantil e as tarefas de enfrentamento a ditadura na organização clandestina: Política Operária (Polop). A nossa orientação era interferir politicamente na realidade nacional com base no método “estudar, propagar e organizar” que se traduziria como estudar a teoria revolucionária, propagá-la entre os proletários e organizá-los para que tenham autonomia política de ação. A ex-presidenta Dilma, a nossa Coração Valente, durante a sua juventude também resistiu a ditadura junto a POLOP e depois na VAR-Palmares.
Nos dias atuais pode parecer preciosismo enfrentar a cruel Ditadura Civil-militar que contava com o apoio dos imperialista norte-americano, setores da classe média, igreja e sobretudo a elite nacional. Mas aquela era a época das revoluções. A nossa geração sonhava em libertar o Brasil das forças do atraso, feito que os cubanos liderados por Fidel, Raúl, Camilo e Che lograram nas barbas dos EUA. Os estudantes de várias partes do mundo respiravam desejo de liberdade e revolução.
Foi um tempo de muitos ensinamentos, superação de medos, maturação de ideias. Aprendi a disciplina revolucionária que me ajudaria num futuro breve como dirigente partidário e militante do PT. Diria que este teste de fogo que a minha geração enfrentou formou uma geração aguerrida, foi a base para que futuramente tivéssemos quadros iguais a Zé Dirceu, José Genuíno, Dilma e tantos outros companheiros e companheiras de destinos gloriosos rumo a libertação do Brasil e que estão na linha de frente da luta até os dias atuais.
Como profetizou Carlos Marighella: “A Prática é o critério da verdade”!
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia
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