Crimes cometidos no universo do futebol precisam ser combatidos frontalmente
O mundo da bola precisa se conectar com o mundo real. O país do futebol que mais venceu Copas do Mundo legou o rei Pelé e produziu o maior números de craques dentro das quatros linhas, fora dos gramados, contamos nos dedos jogadores cientes dos seus papeis enquanto cidadão que impactam milhões de crianças e jovens.
A pátria de chuteiras como a crônica esportiva batizou o Brasil, vive raros exemplos de futebolistas conectados à sociedade que vivem. Entre os exemplos mais notórios estão Reinaldo, maior ídolo do Atlético Mineiro que ousava desafiar a ditadura com o seu punho cerrado, Dr. Sócrates e Casagrande da Democracia Corinthiana, o nosso Bobô, Neto, Raí e Juninho Pernambucano símbolos da classe na luta pela redemocratização no pós-golpe.
Partindo para os casos concretos de alienação explícita em que vive a maioria das estrelas do futebol brasileiro, o que podemos constatar é a reprodução do ambiente nebuloso do futebol, ainda machista, homofóbico, até chegar à imperdoável “cultura do estupro”. Casos iguais ao de Robinho e Daniel Alves são provas cabais de uma geração de jogadores que se colocam acima do bem e do mal, não nutrem o menor pudor ao comerem carne com ouro num país que tem 33 milhões de famintos e o pior de tudo: enxergam os corpos femininos como a carne mais barata do mercado.
Jogador como Daniel Alves que se diz “patriota” ao ponto de apoiar um genocida, esquece-se de onde veio, joga no lixo sua história de luta de menino pobre do interior da Bahia. O bolsonarismo jamais produzirá coisas boas. A acusação de estupro contra Dani Alves na Espanha é gravíssima, as provas contra o lateral direito são robustas, merece o benefício da dúvida até ser julgado, mas a acusação em si que veio à tona, revela algo que não é novo no mundo do futebol, o assédio às mulheres e a carteirada de estrela de futebol que se acha intocável. Gol contra!
Existe falsa narrativa de que o mundo piorou. Piorou pra quem? Para machistas e estupradores em potencial que se arvoram ao “direito” de assediar e até estuprar mulheres? O que até pouco tempo atrás trazia consequências trágicas, apenas para as mulheres, mudou de figura, o mundo mudou, sobretudo no universo das mulheres que estão cada dia mais empoderadas. Agora, a vítima ainda que covardemente ferida contra-ataca e denuncia o algoz para que ele acerte as contas com a justiça.
Nesta partida onde a maioria dos jogadores silenciam diante de desumanidades, alguns até declaram apoio à própria barbárie, faço um último acréscimo, o futebol de maneira geral precisa mudar, não apenas os chutadores de pelotas alienados. Clubes, dirigentes, torcida, empresários devem combater exemplarmente o racismo, a homofobia, o assédio e estupro das mulheres. O mundo mudou e a mentalidade futebolista do tamanho de uma bola murcha precisa mudar. #BastaDeEstupro não tem anistia, caiu na área é PENALTI!
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia
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