
Discurso memorável do presidente Lula na abertura do Debate Geral da 80ª Assembleia Geral da ONU
Em sua fala na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Lula trouxe para o centro do debate pontos que ameaçam diretamente as nações e a própria razão de ser da ONU. Ele afirmou que “existe um evidente paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia”. O presidente condenou ataques à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais por parte de líderes autoritários, ações que colocam em xeque a democracia, o progresso e a paz mundial.
Sem citar nomes, mas com uma mensagem clara dirigida a Donald Trump e aos golpistas do Brasil, Lula foi categórico ao afirmar: “Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”. Reforçou o fortalecimento das instituições ao lembrar a condenação de Bolsonaro e demais golpistas, que tiveram amplo direito de defesa, como prega a Constituição: “Há poucos dias, e pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito. Foi investigado, indiciado, julgado e responsabilizado pelos seus atos em um processo minucioso. Teve amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam às suas vítimas”.
A essência do discurso de Lula é o combate à extrema direita fascista liderada por Trump, comprovadamente, a matriz de guerras – bélicas, comerciais e digitais – e principal inimiga das democracias no mundo. Como falar no fortalecimento das Nações Unidas se os EUA não respeitam suas decisões? Como falar em desenvolvimento socioeconômico e no fim da fome com Donald Trump agindo como um imperador, impedindo o progresso compartilhado? Como falar em paz se os EUA, Israel e a OTAN não demonstram vontade real de paz no conflito Rússia-Ucrânia, muito menos de acabar com o genocídio na Palestina? A mesma contradição se aplica à questão climática.
Lula não se omitiu diante de sua missão histórica em defesa do multilateralismo, da democracia, da paz mundial, do combate à fome, da justiça tributária e do enfrentamento à extrema direita, que tem como interesse governar o mundo por meio de seus patrocinadores bilionários, extraindo da política à democracia para autoafirmação de uma plutocracia reacionária.
O presidente brasileiro cobrou uma revisão de prioridades da comunidade internacional:
“- Reduzir os gastos com guerras e aumentar a ajuda ao desenvolvimento;
· Aliviar o serviço da dívida externa dos países mais pobres, sobretudo os africanos;
· Definir padrões mínimos de tributação global para que os super-ricos paguem mais impostos que os trabalhadores.
A democracia também se mede pela capacidade de proteger as famílias e a infância.
As plataformas digitais trazem possibilidades de nos aproximar como jamais havíamos imaginado.
Mas têm sido usadas para semear intolerância, misoginia, xenofobia e desinformação.
A internet não pode ser uma ‘terra sem lei’. Cabe ao poder público proteger os mais vulneráveis.
Regular não é restringir a liberdade de expressão. É garantir que o que já é ilegal no mundo real seja tratado assim no ambiente virtual.
Ataques à regulação servem para encobrir interesses escusos e dar guarida a crimes, como fraudes, tráfico de pessoas, pedofilia e investidas contra a democracia”.
Leia na íntegra o discurso memorável do presidente Lula na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas: https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/discursos-e-pronunciamentos/2025/09/discurso-do-presidente-lula-na-abertura-do-debate-geral-da-80a-assembleia-geral-das-nacoes-unidas
Parabéns, Lula! Maior estadista contemporâneo do mundo.
Josias Gomes
Deputado Federal (PT/Bahia)
Vice-líder do PT na Câmara
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