25 de Novembro – Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher
O Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher não é uma data para lembrar. É uma ferida que se reabre todos os anos. É o lembrete doloroso de que vivemos em um país onde mulheres seguem sendo agredidas, ameaçadas e mortas simplesmente por serem mulheres. Em 2025, ainda encaramos índices que deveriam envergonhar qualquer sociedade que se considere civilizada.
As Nações Unidas apontam que 1 em cada 3 mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual ao longo da vida e esse número, assustador por si só, permanece praticamente estagnado há uma década. No Brasil, levantamentos recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e da Fiocruz mostram que a violência doméstica e sexual continua avançando, enquanto a subnotificação esconde uma parte ainda maior dessa tragédia cotidiana. Quantas histórias nunca chegam às estatísticas? Quantas vozes seguem silenciadas pelo medo, pela dependência ou pela falta de apoio?
O mais revoltante é que a maioria das agressões ocorre dentro da própria casa: o lugar onde deveria existir cuidado se transforma no cenário de dor, humilhação e risco constante. A impunidade corrói a confiança e a repetição dos casos expõe a falência moral de estruturas que deveriam proteger.
Mas indignação sem ação não basta. Precisamos fortalecer redes de apoio, denunciar, acolher e garantir que nenhuma mulher fique sozinha diante da violência. Se você souber que alguma colega, vizinha, amiga, parente esteja sofrendo algum tipo de violência física, psicológica, emocional, verbal ou moral, não se cale! Denuncie já!
Canais de denúncia e proteção:
· Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher
· Disque 100 – Violações de direitos humanos
· 190 – Polícia Militar – risco iminente
· Delegacias da Mulher (DEAMs)
· Aplicativos e plataformas oficiais, como o Proteja Brasil
· Atendimento por WhatsApp do Ministério dos Direitos Humanos
· Qualquer delegacia de polícia, quando não houver unidade especializada
A violência contra a mulher não é um problema isolado. É um sintoma de desigualdade estrutural, de machismo enraizado, de negligência histórica. Cada caso é um trauma, uma vida partida, uma família ferida. E cada ausência de resposta é um pacto silencioso com o agressor.
Neste 25 de novembro não há espaço para neutralidade. Ou somos parte da mudança, ou somos parte do problema.
Que nossa consternação se transforme em ação, e nossa indignação, em compromisso permanente.
Pela vida das mulheres. Pela justiça. Pela dignidade.
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia
Vice-líder do PT na Câmara
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