Sempre em defesa da Ceplac!
A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) nasceu da visão de estudiosos, como José Ignácio Tosta Filho. O ano foi 1957 e Tosta Filho teve a honra de ser o primeiro presidente daquele que viria ser um dos principais centros regionais de pesquisa e extensão do Brasil.
Os seus mais de 150 pesquisadores colocaram a ciência a favor do desenvolvimento da cultura cacaueira. Logo pôde ser visto os ganhos em qualidade e produtividade no cacau baiano.
Para se ter uma ideia dos avanços e geração de riqueza, até o final dos anos 70, antes da instalação do Polo Petroquímico de Camaçari, o cacau foi o principal gerador de divisas do Estado, responsável por quase 60% de toda a sua arrecadação.
A CEPLAC tem serviço prestado à sociedade baiana e brasileira. São 62 anos de pesquisa e de extensão com papel decisivo na reinvenção da cultura cacaueira.
Mesmo diante da crise no final dos anos 80, onde sofremos bastante com as pragas que devastaram as plantações, a forte concorrência africana – Costa do Marfim- e desvalorização do preço do produto, a ciência e o trabalho sério de milhares de profissionais resgataram a força cacaueira da região.
Segundo o pesquisador da Ceplac, José Marques Pereira, já em 2017: “o cacau é o principal produto agrícola do sul da Bahia e é muito adequado à agricultura familiar. Dos 15.256 produtores assistidos pela Comissão Executiva no ano passado, 12.432 foram agricultores familiares, atingindo mais de 80% do total. É um cultivo que ainda dependente muito de mão de obra, necessitando ativamente dos produtores rurais. Só no Estado, os cultivadores de cacau produzem mais de 30 marcas de chocolate e quase todos são agricultores familiares”.
A CEPLAC tem importância decisiva no desenvolvimento rural sustentável. Seja através da pesquisa, a constante inovação, a transferência de tecnologia, na assistência técnica, a extensão rural, a qualificação tecnológica agropecuária, a certificação e a organização territorial e sócioprodutiva. É uma das responsáveis diretas por democratizar a produção e distribuir riquezas.
Hoje, os grandes protagonistas deste segmento são as agricultoras familiares e as cooperativas, que geram milhares de emprego direto e indireto.
Por tudo isso é um absurdo o desgoverno Bolsonaro provocar o desmonte da CEPLAC.
O Ministério da Agricultura determinou a transferência de 611 funcionários da CEPLAC para a Secretaria de Defesa Agropecuária.
Trocando em miúdos, o centro que necessita de mais investimentos e mão de obra qualificada, sofre medida inversamente proporcional.
Este ataque nocivo feito pelo desgovernado federal estrangula a CEPLAC.
Não podemos permitir que mais este golpe prossiga em curso.
É impressionante o quanto o desgoverno de Bolsonaro quer destruir tudo que tenha suor do trabalhador. A sua sede é banir todo e qualquer avanço da ciência e educação.
O seu ódio ao povo incendeia trabalhos que levaram décadas para serem construídos.
Vamos lutar pela CEPLAC, patrimônio do povo brasileiro.
Não aceitamos retrocessos!
Josias Gomes – Deputado Federal (licenciado) do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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