
A bênção das águas do Velho Chico
“Dê serviço a nosso povo, encha os rios e barragens.
Dê comida a preço bom, não esqueça a açudagem.
Livre assim nós da esmola, que no fim desta estiagem
Lhe pagamo inté os juros sem gastar nossa coragem.
Se o doutor fizer assim, salva o povo do sertão.
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação.
E nunca mais nós pensa em seca, vai dá tudo neste chão.
Como vê, nosso destino mercê tem na vossa mão.”
As estrofes de Luiz Gonzaga soam como profecia e súplica. O sertão, em versos, sempre pediu o milagre da água. Mas o milagre, desta vez, não veio do céu: veio das mãos humanas, do esforço político e da teimosia de quem conheceu a seca de perto. Foi Lula, filho de Dona Lindu, que um dia carregou no lombo da esperança a dor do semiárido. E foi Lula quem ergueu a voz e os braços para garantir que milhões de nordestinos não precisassem repetir esse fardo.
O sonho que atravessou séculos
A transposição do Rio São Francisco não nasceu no século XXI. Ela é antiga como a própria República e até mesmo o Império. Nas páginas amareladas da história, engenheiros e políticos já rabiscavam projetos, mas faltava decisão, coragem e prioridade. Faltava alguém que ouvisse o clamor de Gonzaga e de cada retirante que partia, olhos molhados, para longe da terra rachada.
Esse alguém foi Lula. Foi nos governos do PT — primeiro com Lula, depois com Dilma — que as águas do Velho Chico começaram a correr para longe de sua calha, vencendo serras, túneis e quilômetros de canais. O que parecia impossível para muitos virou realidade: as águas chegaram ao Ceará, à Paraíba, a Pernambuco e ao Rio Grande do Norte.
O banho do sertanejo
Há um vídeo que corre as redes, daqueles que dispensam palavras. Um sertanejo simples entra no canal, mergulha e deixa que a corrente lave séculos de espera. Ele não se banha apenas em água: mergulha na esperança, na memória de seus avós que viram a terra secar e morrer, e no futuro de seus netos que, finalmente, verão a fartura florescer. É em Jardim de Piranhas, no Rio Grande do Norte, que o Velho Chico abraça o Rio Piranhas. Ali, a vida se renova, a sede é vencida e até o gado parece sorrir.
A obra e a disputa
Não há dúvida: a transposição é a obra mais importante da história do Nordeste. Mas é também parte de um conjunto de grandes obras estruturantes que transformaram a região durante os governos do PT: a Ferrovia Transnordestina, que promete integrar e dinamizar a economia do semiárido; a FIOL – Ferrovia de Integração Oeste-Leste, que conecta o oeste baiano ao litoral, abrindo caminhos para o escoamento da produção; a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, símbolo da industrialização e da soberania energética; além de centenas de universidades federais, institutos federais, adutoras, estradas, portos e obras de eletrificação rural que mudaram o destino de milhões de famílias. E ainda o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que deu oportunidade a muitos nordestinos cuja renda, sem o apoio do governo, jamais permitiria conquistar a casa própria.
Bolsonaro, que sempre tratou a região com preconceito e descaso, ousou reivindicar a autoria da transposição. Mas o povo sabe quem plantou essa semente. Foi Lula, foi Dilma, foram os governos do PT que deram ao sertão o direito de não mais ser condenado à seca eterna. A tentativa de usurpação só reforça a verdade: a obra é nossa, nordestina, e tem a marca de quem conhece o chão rachado.
O futuro que corre
No terceiro mandato de Lula, a segurança hídrica não parou na transposição. São mais de 70 obras em andamento no Nordeste, sendo 30 de grande porte: adutoras, barragens, canais e reservatórios. Um investimento de R$ 12 bilhões pelo Novo PAC fortalece o pacto com a vida no semiárido.
Lula, o menino que deixou Caetés com a mala de retirante, voltou como presidente para devolver água ao sertão. Não é pouca coisa. É épico. É histórico.
Josias Gomes
Deputado Federal do PT/Bahia
Vice-líder do PT na Câmara
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