A chacina do Rio tem nome, sobrenome e carimbo bolsonarista: o governador Cláudio Castro
No Dia Nacional do Livro, o portal 247 estampa a manchete: “Sobe para 134 o número de mortos em chacina policial no Rio”. Dados oficiais confirmam a morte de 4 policiais. A chacina do Rio tem nome, sobrenome e carimbo bolsonarista: o governador Cláudio Castro. No auge da barbárie, enquanto o sangue preto e periférico escorria pelos morros das comunidades cariocas, ele mentiu ao afirmar que o governo federal negou ajuda ao Estado do Janeiro. Aliás, numa operação desastrosa, que pode ser considerada terrorismo de Estado.
“O Rio está completamente sozinho nessa luta hoje”, afirmou Castro em coletiva à imprensa. Segundo ele, “é fácil criticar” o estado quando o governo “está excedendo sua competência”. “Se tiver que exceder, excederemos mais ainda para proteger a nossa população”, disse. O governador, cria de Bolsonaro, até o Cristo Redentor sabe que ordenou um mar de sangue nos complexos do Alemão, da Penha e adjacências, para inflar sua popularidade entre aqueles que defendem que “bandido bom é bandido morto” – exceto quando se trata de fascistas; neste caso, eles pedem anistia.

Cláudio Castro, parlamentares e demais governadores de direita e extrema-direita são os mesmos que se opõem à PEC da Segurança Pública. Porque o objetivo dessa gente não é enfrentar o verdadeiro crime organizado, que está nos morros com drogas e fuzis, mas que é comandado diretamente dos bairros nobres, com dinheiro lavado em setores da Faria Lima, como ficou provado na Operação Carbono Oculto, liderada pelo governo federal.
Depois que o sangue bateu no pescoço do governador e as cenas do massacre nas favelas do Rio ganharam o mundo, o bolsonarista pede socorro ao governo federal. Mas o governo Lula nunca se negou a enviar recursos ao governo do Rio. Em nota, o Ministério da Justiça afirmou que tem enviado verbas para investimento na segurança do estado. A pasta citou que o RJ recebeu, na conta do Funpen (Fundo Penitenciário Nacional), entre 2016 e 2024, R$ 143 milhões. Desse valor, apenas R$ 39 milhões foram usados, restando R$ 104 milhões em conta. Pelo FNSP (Fundo Nacional de Segurança Pública), foram R$ 331 milhões. Desse total, pouco mais de R$ 157 milhões foram executados até o momento, deixando um saldo superior a R$ 174 milhões disponíveis, segundo o MJ.

A verdade dos fatos é que essa extrema-direita sanguinária, tão afoita por invadir comunidades para matar pretos e pobres, também está sempre armada contra políticas públicas que verdadeiramente contribuem para mudar a realidade social de quem nasce marcado para morrer. São os mesmos que insistem em cortar investimentos em segurança pública, educação, assistência social, cultura e esporte. Eles sabem que o fim da barbárie representa a extinção de políticos facínoras que só sabem repetir que “bandido bom é bandido morto”. Se isso fosse solução, o Rio de Janeiro não precisaria promover mais uma chacina, num rolo compressor que mata bandidos, mas também policiais e gente inocente das comunidades – e só agrava o problema.


A sociedade e os setores progressistas precisam exigir do Congresso e dos governadores a aprovação imediata da PEC da Segurança Pública proposta pelo governo Lula. Já está mais do que provado: o Brasil precisa de uma política nacional de Estado para combater o crime organizado e todos os seus tentáculos. Caso contrário, o Brasil continuará sendo um livro repetitivo, encharcado de sangue e revolta, onde os verdadeiros vilões saem impunes, enquanto trabalhadores, pretos e pobres choram a mesma dor da eterna escravidão.
Josias Gomes
Deputado Federal do PT/Bahia
Vice-líder do PT na Câmara
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