A genealogia do atraso
A Educação no Brasil-colônia nasceu como um projeto político-religioso. Não podemos esquecer que a partir de 1517, Martinho Lutero liderou a Reforma Protestante.
Na época, uma verdadeira ameaça aos impérios vigentes sob a ideologia católica. Logo, colonização era sinônimo de catequização, e a educação básica era peça chave nesta engrenagem.
Neste contexto histórico, a educação brasileira nasceu com a necessidade de se negar a cultura, fé e sistemas educacionais dos povos nativos do Brasil.
Para o império e igreja, ter as massas catequizadas era uma importante garantia para o “desenvolvimento” e manutenção das colônias, tanto na questão religiosa quanto na material.
Na época, a Educação jamais foi prioridade para tornar o povo livre, muito menos mentalmente.
Vale reforçar que Brasil foi o último país colônia a abolir a escravidão.
Os projetos de Educação foram fracassando à medida em que a população foi aumentando. Provocando uma massa de analfabetos. No final do Império, Brasil e EUA eram colônias equivalentes em diversos aspectos, menos na Educação. Os EUA tinham 70% da população alfabetizada, enquanto o Brasil tinha uma esmagadora maioria de analfabetos.
Quando se trata de educação de nível superior, os fatos são ainda mais assustadores. O Brasil levou mais de 3 séculos para implantar a primeira instituição de ensino superior, a Escola de Cirurgia da Bahia, criada em 1808.
Diferentemente da colônia espanhola que investiu na educação superior desde 1538 como, por exemplo, a Universidade de São Domingos e, em 1551, a do México e a de Lima. Nos EUA, Harvard foi estabelecida em 1636 pelo voto do Grande e Tribunal Geral da Colônia da Baía de Massachusetts.
A genealogia do atraso – A estratégia Bolsonarista de escolher a Educação como alvo de ataque e dominação, sob o esdrúxulo argumento de escola sem partido, universidade sem ciências humanas, remete a mesma ideologia utilizada pelos portugueses para dominar os índios, escravos, e semiescravos.
Afinal, Bolsonaro quer o povo idiotizado para poder servir as neocolônias norte-americanas.
O que este carrasco do povo brasileiro não se deu conta é que se passaram 5 séculos e apesar de toda opressão que a nossa gente sofre, os índios já não estão mais sozinhos, os negros quebraram as correntes da escravidão, a maioria do povo teve acesso à Educação.
A própria Igreja Católica vem se reinventando e tem na figura do Papa Francisco o mais revolucionário da história – fiel defensor da libertação dos povos e dos Direitos Humanos.
Portanto, Sr. Jair golpista, o Brasil mudou.
Vai ter resistência!
Mesmo diante de todos os esforços do governo federal em acabar com a educação libertadora, não vamos desistir da luta.
Sabemos que a Educação é o caminho mais seguro rumo a um país decente, civilizado e justo!
Quando um povo decide ser livre, não existe imperador que resista – quiçá um bando de analfabetos funcionais, personagens surreais desta corte-ilegítima raivosa e enlouquecida.
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