
A pequenez de Nikolas e o esvaziamento do debate na Câmara
A pequenez de Nikolas e o esvaziamento do debate na Câmara
Está virando moda na Câmara dos Deputados: ministros comparecem para prestar esclarecimentos, dispostos ao diálogo institucional, mas encontram um ambiente cada vez mais hostil à escuta e ao contraditório. Em vez do debate republicano, assistimos a um espetáculo ensaiado por alguns parlamentares que preferem repetir chavões vazios, sem conteúdo, com o único objetivo de alimentar seus perfis nas redes sociais. São membros de um autêntico “Rede Social Futebol Clube”, cujo jogo é feito de cortes editados e frases de efeito, não de ideias consistentes.
Foi assim há poucos dias com Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, impedida de concluir suas falas por interrupções grosseiras. E ontem a cena se repetiu com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O caso beirou ao ridículo. Nikolas Ferreira, um dos expoentes desse novo populismo digital, deixou a sessão antes mesmo de ouvir as explicações econômicas que pediu. Pouco depois, apareceu em vídeo acusando Haddad de ter “fugido do debate”.
A realidade, no entanto, é o inverso: quem fugiu foi ele — fugiu do confronto de ideias, da possibilidade de ouvir e ser contestado. Seu interesse real não era debater economia, mas produzir conteúdo para viralizar. Nenhum dado, nenhuma estatística, nenhum argumento técnico foi apresentado. Só frases vazias e acenos para sua bolha digital.
Essa atitude revela mais do que despreparo: revela a pequenez de um parlamentar que, mesmo ocupando uma das tribunas mais importantes da República, prefere o palco do espetáculo à arena do debate. Nikolas pode até fazer barulho nas redes, mas no plenário da Câmara — onde se decide a vida do povo brasileiro — seu eco para os deputados que pensam o país é o do vazio.
Josias Gomes Deputado Federal do PT/Bahia
Vice-líder do PT na Câmara
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