Belo Jardim: Degraus da Mudança
A temporada de estudos em Belo Jardim foi onde experimentei a fonte inesgotável da política. A essa altura eu já sabia que o meu destino não seria mais o de Menino dos Engenhos. A ditadura batia forte nesta época e compreendi que não bastaria eu ser o estudante aplicado, que venceria na vida apenas pelos esforços estudantis; a militância e o momento político do país exigiam de mim um compromisso histórico, abracei esta missão e nunca mais sai da trincheira.
Conciliar estudo, trabalho e militância exigiu disciplina e algo que define o revolucionário: abrir mão da vida cotidiana para se entregar de corpo e alma nas grandes causas sociais, políticas e humanas. Fui forjado na política numa época em que falar para duas, três, quatro pessoas já eram consideradas subversão, período sombrio, ao mesmo tempo uma escola e tanto. Em meio a luta e os estudos, alimentava o sonho de um Brasil livre, e eu, futuro agrônomo.
As primeiras atividades políticas partidárias desta época foram vitais para impulsionar os meus ideais que viriam a se consolidar na universidade como líder estudantil. Aprendi essa lição jovem, da mesma maneira que não se aprende as disciplinas secundaristas na rua, tão pouco se aprende a fazer política somente de dentro dos muros das instituições. Custou-me estudar, trabalhar e militar ao mesmo tempo, mas nutro a certeza de se não tivesse tido estas experiências, certamente, eu não seria o Josias Gomes de hoje.
Escada e Belo Jardim me remetem a frase certeira de José Saramago: “Nada é para sempre, dizemos, mas há momentos que parecem ficar suspensos, pairando sobre o fluir inexorável do tempo.”
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia
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