Cacau: o fruto dourado do sol
O cacau é uma fruta emblemática não somente no Brasil, mas no mundo.
No México, os astecas consideravam o cacau como um presente dos deuses.
Naquela época, eles já haviam inventado bebidas semelhantes ao chocolate.
Na Bahia, o fruto de ouro ficou conhecido por sua importância econômica, e imortalizada mundialmente pela literatura do filho ilustre da terra, Jorge Amado.
O Brasil já dominou o mercado mundial de cacau e hoje é o quinto maior produtor no planeta.
A Bahia sempre foi um polo produtivo e já alimentou boa parte dos mercados internos e internacionais.
Diante de muitos desafios – entre a fase dourada e momentos de dificuldade – o cacau baiano se reinventou e soma várias conquistas.
Em janeiro de 2018 a Indicação de Procedência Cacau Sul da Bahia, pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), trouxe muitos benefícios.
Este reconhecimento destaca a qualidade das amêndoas e produtos derivados da região cacaueira do Sul da Bahia. Isso gera maior valorização do produto e seus derivados de toda cadeia produtiva do cacau.
Na trilha do cacau, destacamos o saboroso e desejado chocolate.
O Sul da Bahia virou um centro regional de chocolate fino.
Já temos 40 marcas de chocolate que ganharam o Brasil e o exterior.
A iguaria tem um rigoroso controle de qualidade e os chocolates contêm de 50% a 100% de cacau na sua composição.
Vale ressaltar que o mercado de chocolates finos cresce em média 10% ao ano, correspondendo a um crescimento cinco vezes maior que o mercado tradicional, que cresce em torno de 2% por ano.
O nosso destaque especial da jornada cacaueira vai para Agricultura Familiar, que, juntamente com os pequenos produtores, é responsável por de 80% da produção de cacau no Sul da Bahia.
Os produtores da Agricultura Familiar também assumiram o protagonismo na fabricação de chocolates.
A Bahia Cacau, criada pelo Governo do Estado, é a primeira fábrica de chocolates do Brasil, comandada pelos agricultores familiares. A administração da fábrica fica a cargo da Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidária da Bacia do Rio Salgado (Coofesba)
Conforme dados da SDR, a cooperativa já comercializa os chocolates “premium” na Bahia e em outros Estados brasileiros, com uma produção de 800 quilos por mês, com 35%, 50%, 60%, e 70% de cacau, além de nibs – pedaços de amêndoas de cacau torrados e triturados – e trufas. São cerca de 200 cooperados, que cultivam amêndoas selecionadas.
Trabalho espetacular desenvolvido por companheiros e companheiras que viraram referência no Brasil.
Um verdadeiro orgulho para o nosso Estado!
Produção sustentável – Em pleno século XXI não podemos abrir mão de uma agroindústria pautada na sustentabilidade e que preserve a biodiversidade do nosso planeta.
A Agricultura Familiar reforça o modelo de produção sustentável e com selo ecológico. A região cacaueira fica enraizada na região da Mata Atlântica, bioma que corre sérios riscos de extinção, pois a sua área total foi reduzida a 7% de sua área original, o que aumenta a responsabilidade de todos na preservação deste importante patrimônio natural, berço da vida e de valor inestimável.
O fruto de ouro tem revelado verdadeiros tesouros no campo, indústria, economia, comércio, cultura e turismo. O sucesso pode ser medido, além da produção e números, através do interesse de pessoas de todas as partes do mundo em visitar esta proeminente região.
Para se ter uma ideia, o guia internacional de viagem Lonely Planet, edição 2018, enaltece que a Bahia foi o único destino brasileiro citado na publicação, que aponta, entre outros atrativos, as “plantações, ricas em cacau”. (Fonte Jornal A Tarde).
Este diferencial turístico tem transformado a Bahia num expoente turístico, o chamado o turismo rural. Entre as regiões turísticas, podemos destacar a Costa do Cacau, Chapada Diamantina, Caminhos do Jiquiriçá e Baía de Todos-os-Santos.
A Associação Baiana do Turismo (ABATURR) referenda 80 fazendas prontas para explorar este potencial turístico que temos o orgulho de pertencer à Bahia.
O cacau possui importância histórica, sociocultural e econômica. Neste novo legado, tem traçado um importante caminho na preservação da natureza e afirmação dos pequenos agricultores na região cacaueira. Sem o coronelismo, que tantas vezes prejudicou o crescimento desta região, vislumbramos dias ainda mais promissores, dignos de literatura de Jorge Amado, e, quem sabe, uma releitura da novela global Renascer.
Deixe um comentário