Concentração de renda: entre os 15 mil mais ricos do Brasil, patrimônio médio é de R$ 151 milhões
A desigualdade econômica no Brasil é uma das maiores do mundo. Último estudo publicado pela FGV Social revela o retrato da disparidade entre os super ricos e os mais pobres. Atualmente, entre os 15 mil mais ricos do país, o patrimônio médio dos mesmos é de R$151 milhões. Trata-se de uma parcela ínfima da sociedade que concentra boa parte da riqueza nacional, e mais, gozam de privilégios tributários que a imensa maioria dos outros países não permitem.
Você sabia que apenas Brasil, Estônia e Letônia não tributa dividendos (impostos na distribuição de resultados). Veja o custo deste privilegio para o país, segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil o governo deixa de arrecadar R$ 74,6 bilhões ao conceder isenção tributária dos lucros e dividendos por pessoa jurídica. O absurdo não para por aí, quando o assunto é taxação das grandes fortunas, prejuízo de arrecadação chega a R$ 73,4 bilhões. Somente estes dois pontos custam ao Brasil 148 R$ bilhões em isenção fiscal.
Não há país que resista tanta concentração de renda nas mãos de poucas pessoas e para agravar o quadro, na outra ponta temos a classe trabalhadora que arca com a maior parte da carga tributária com uma renda que é cada dia menor e sacrificada. Segundo o IBGE de 2019, a média salarial por nível de instrução era a seguinte:
pessoas sem instrução: R$ 918,00
pessoas com o ensino fundamental incompleto: R$ 1.223,00
pessoas com o ensino fundamental completo: R$ 1.472,00
pessoas com o ensino médio incompleto: R$ 1.368,00
pessoas com o ensino médio completo: R$ 1.788,00
pessoas com o ensino superior incompleto: R$ 2.242,00
pessoas com o ensino superior completo: R$ 5.108,00.
Percebam que a imensa maioria dos trabalhadores ganha menos de R$ 2 mil reais. Isto também revela as gritantes desigualdades econômicas do Brasil. Temos uma elite que não quer pagar impostos, mas também se recusa a pagar salários dignos aos trabalhadores. Muito do acúmulo de riqueza dos 15 mil privilegiados com renda média de R$ 151 milhões tem origem na brutal exploração da classe trabalhadora. Não seremos um país devidamente civilizado e com justiça social diante deste quadro ultrapassado de se pensar a sociedade. O tempo do feudalismo acabou.
Para além de todos agravantes citados acima, temos uma elite que não quer reforma agrária, algo que aconteceu há séculos em todos os países desenvolvidos; temos uma parte da burguesia presa à teta do capital financeiro que sangra o país outra vez com o rentismo e impõe à nação a maior taxa de juros do planeta. É hora dos super ricos olharem no retrovisor da história e analisarem o que ocorreu com sociedade pautadas nos super privilégios, na brutal concentração de renda e tratamento desumano com a imensa maioria dos trabalhadores.
Se a burguesia tiver juízo, apoiará o governo Lula na redistribuição de riqueza mais justa, a ironia é que as medidas a serem tomadas ainda os manterão como uma das elites mais ricas do mundo. Não há motivos para vitimismo, esta geração tem a oportunidade de transformar a estrutura social e econômica do Brasil. A hora é agora.
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia
Vice-Líder do PT na Câmara
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