Democracia combate a epidemia do ódio!
O nosso país sofre de epidemia odiosa faz algum tempo. Nenhum rei desce do trono sem incendiar a nobreza contra o povo. A partir da redemocratização, os partidos de esquerda e forças progressistas iniciaram a chegada ao poder. O Brasil do novo milênio começara a nascer. Parecia o caminho natural das forças democráticas buscar equilíbrio de poderes depois dos anos de chumbo tão sufocantes.
Enquanto as forças de direita tinham certa representatividade nos governos e municípios, a elite fingia conviver bem com a democracia. Além deste poder “compartilhado” preservavam também a hegemonia econômica, bem como influência no judiciário e parlamentos. Ou seja, a estrutura de poder e privilégios seguia concentrada na mesma realeza de sempre.
A democracia é feito água, se tiver o mínimo de espaço ela vai progredir. E progrediu. Conseguimos eleger o primeiro presidente das forças populares, líder das forças da esquerda brasileira. A partir daqui, tivemos que fazer da cruz, espada, para nos assentarmos em parte do poder que vem sendo negado há mais de cinco séculos.
O Brasil e a democracia exigiam mais de nós! Era necessário ampliarmos a participação popular nos três poderes. Precisávamos realizar a inadiável ascensão em toda pirâmide social. Aqui nasce o ódio de fel.
Podemos considerar que os programas sociais criados pelo PT tinham certa antipatia da classe média, defensora árdua da “meritocracia”. Perdoem-me, mas usar esse termo num país com 50 milhões de famintos mostra como a classe média foi manipulada de forma juvenil. Agora, o que incomodou de fato a elite brasileira foi ter que aturar a expansão democrática no país, onde os devidos representantes do povo ocuparam espaço no legislativo, judiciário, órgãos públicos de toda natureza e de rápido desenvolvimento socioeconômico.
Fala-se em “mamata” nos governos petistas, mas o PT é responsável por destruir grandes mamatas. Quando você investe em educação e o filho do pobre faz Direito na universidade pública, passa no concurso de juiz, um burguês acomodado infarta no Morumbi. Quando se dá condições do povo derrubar a “meritocracia” – que poderia ser resumida em o direito de poucos- a burguesia fica ensandecida.
O ódio de classe se acirra no Brasil quando fortalecemos instituições, como a Polícia Federal, MPF, judiciário, órgãos ligados aos direitos humanos e ambiental, entre outros. O “jeitinho burguês” começa a ser eliminado. O ódio se intensifica quando esses espaços de poder são democratizados por gente honesta e do povo que trabalha sem negociata para manter os limites razoáveis da democracia.
Existia falha? Claro, diante de instituições comandadas de maneira hereditária pelos “donos” do poder (salvo as exceções), erros serão cometidos. O nosso desafio é justamente derrubar esse muro antidemocrático e corrupto! Sem falso moralismo.
A grande guerra contra o PT acontece justamente quando permitimos que a democracia alcance plenos poderes e derrube feudos protecionistas. “É preciso estancar a sangria”.
A elite vendo que a água corria para o mar, ocupou-se em estancar o novo Brasil. A grande mídia incita o ódio na população, divide o povo, deslegitima todos os representantes da democracia. Enquanto a burguesia nacional/internacional, legislativo, judiciário perpetram o golpe odioso contra a Nação.
Resumo da ópera, desembarcamos no bolsonarismo, oposto da democracia, pau mandado dos nossos opressores. É o pandemônio que sistematiza o retrocesso das conquistas populares.
O maior desafio do Brasil é romper com as forças antidemocráticas e retomar o projeto libertador de poder popular, em todas as esferas. Fora isso, seremos a eterna colônia explorada por patrícios parasitas. Enquanto eles afiam a guilhotina, seremos o próprio corte.
Democracia e mais democracia é o oxigênio!
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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