Entrevista de Josias Gomes à Rádio 93.7 FM Interativa de Itabuna
O secretário Josias Gomes – titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e deputado federal licenciado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) – foi o entrevistado neste último sábado (18) pela rádio 93.7 FM interativa de Itabuna.
Ele participou do programa Frequência Política, comandado por Binho Shalom e João Matheus, onde em bate papo descontraído falou sobre questões políticas e econômicas da cidade e região. Também abordou sua atuação como secretário de Relações Institucionais e, atualmente, na pasta de Desenvolvimento Rural do governo Rui Costa. Josias analisou o cenário político local, estadual e nacional e falou sobre o pré-lançamento da candidatura do senador Jaques Wagner ao governo da Bahia.
Pergunta – Está definida a candidatura de Wagner?
Josias – O PT apresentou o nome do companheiro Wagner há uns 6 meses na cena política, que antecipou muito em razão da turbulência política que estamos vivendo. É um nome por demais conhecido, tem história política no Estado, foi governador por dois mandatos e hoje é senador, com área de atuação muito forte na Comissão de Meio Ambiente.
Portanto, é um nome que esperamos ver de novo na cena política como governador. Afinal, de 2007 em diante o governo Wagner buscou trazer para si o desafio de enfrentar alguns problemas seríssimos que o Estado vivia. Durante 8 anos esse programa de governo foi cumprido e em seguida, a partir de 2015, Rui buscou outros desafios – também cumpridos – e nós estamos certos de que foram governos de muita elevação da auto estima dos baianos.
Pergunta- Como tem avaliado postura do governo Bolsonaro?
É lamentável porque o presidente da República vai completar 4 anos e não temos uma só ação em qualquer área que possa ser dito que foi fruto de ações do governo. Estamos afundando cada vez mais na economia, nas relações interpessoais e o aumento do ódio entre as pessoas chama a atenção de todos.
Portanto, as últimas investidas do presidente contra os poderes da República, a exemplo do Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros foram estarrecedoras. O ápice de toda negação de alguém que tem a responsabilidade de governar o país, aconteceu no dia 7 de setembro, gerando uma situação de extrema gravidade, onde Bolsonaro demonstrou suas intenções golpistas.
Ele chega no palácio como se fosse iniciar um novo governo, coisa semelhante a um golpe de Estado, dos mais graves que a democracia enfrentaria. Como não houve receptividade, o recuo passou a ser a marca registrada desse presidente, que tem pouco conhecimento da relação entre os poderes da República, criando uma animosidade desse porte.
Estamos com a democracia ainda em construção, frágil. Vivemos o período democrático mais longo desde 1985 até golpe contra Dilma. Tudo isso foi jogado na lata lixo, com o golpe de Temer e aliados da direita. Este é um dos piores períodos políticos que estamos passando, fruto dessa antipolítica que é a marca registrada de Bolsonaro, que se elegeu com uma série de mentiras nas redes sociais se colocando como alguém que iria abominar práticas políticas desgastadas, e que iria introduzir a novidade – o que de fato não aconteceu.
Foi criada no país uma cultura de ódio, que é preciso um novo presidente para interagir com o povo brasileiro para termos paz e tranquilidade em todas as áreas.
Pergunta – Como foi sua chegada na política?
Sou neto de sindicalista lá em Pernambuco, participei das greves dos canavieiros, tomando partido em defesa desses trabalhadores. Me formei agrônomo, em1978, na Paraíba. Participei da reconstrução da UNE como candidato a vice-presidente.
Em 1989, cheguei em Itabuna participando da primeira campanha de Lula a presidente da República. Ajudei a coordenar a campanha de Geraldo Simões, em 1990, a deputado estadual e em 1992 a prefeito de Itabuna, onde participei de seu governo.
Depois fui a Salvador para dirigir o PT, onde ocupei o cargo de secretário geral. Em 1999 fui eleito presidente estadual do PT e em 2001 eleito na primeira eleição direta do partido onde me reelegi até 2005.
Em 2002 fui eleito deputado federal e retomei em 2010 e até hoje sigo como integrante da bancada do PT na Câmara Federal. Me licenciei para assumir a Secretaria de Relações Institucionais (Serin) e, posteriormente a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), nos dois governos de Rui Costa.
Pergunta – E a questão da duplificação da BA-415?
Josias – Teve um problema na licitação da obra, um verdadeiro desserviço à Bahia e toda região cacaueira. Como o governo federal não auxiliava, o governador Rui chamou pra si a responsabilidade e, agora, uma nova licitação será feita com todos os cuidados. Não falta vontade política nem recursos para fazemos essa sonhada duplicação da estrada que liga Itabuna à Ilhéus, beneficiando toda a região cacaueira.
A região sabe que o governador tem prometido e feito o que promete – sendo um dos que mais cumpriu com o programa de governo. Estamos atraindo grandes investimentos como o Porto Sul. A última conquista foi a Ceplac, com Inácio Tosta Filho, a partir de 1957 – onde a região já tinha uma economia forte. Depois disso o Porto Sul com a realização de serviços de infraestrutura urbana, com melhoramentos na ligação duas cidades.
Agora, o ganhador será o povo da Bahia, já que 82% do PIB com o ICMS está concentrado em apenas 20 cidades. Daqui ao Extremo-Sul só Mucuri está entre esses 20 municípios. Temos excelente oferta com a Barragem do Rio Colônia, boa estrutura hospitalar com o Hospital Costa do Cacau e agora com o hospital materno infantil e a Policlínica de Saúde. Na área da Educação vamos expandir o processo de desenvolvimento econômico para o sul da Bahia.
Pergunta – Geraldo Simões apoia Josias para deputado federal?
Ele foi candidato a prefeito com meu apoio desde o início e seguiu tendo em seus dois governos. Trata-se de uma liderança consolidada e um dos governos mais exitosos na cidade. Não há nenhuma rusga entre Wagner e Geraldo.
Pergunta – E como está o cenário político atual?
Josias – As conversas estão acontecendo e todos os partidos apresentando seus candidatos. Tudo muito legítimo e prevejo uma acomodação rápida para elegermos o candidato de nosso grupo político aqui na Bahia e o o companheiro Lula novamente como presidente da República.
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