Entrevista histórica!
A entrevista de Rui Costa à Folha de São Paulo gerou ampla discussão no debate político do Brasil e dentro do Partido dos Trabalhadores. O que é muito positivo.
Democracia e política se constroem com ideias concretas, posicionamentos firmes e assim somos capazes de vislumbrar um horizonte de possibilidades.
É natural que toda fala de um governador do lastro de Rui gere divergências. Triste seria se caíssemos no diminutivo da unanimidade.
Uma das forças do PT sempre foi ter quadros autênticos, onde os resultados falam por si.
Entre os principais pontos da entrevista, Rui Costa cita a importância de Lula criar uma pacificação na política nacional. O que não significa sermos complacente às atrocidades cometidas pelo desgoverno.
O governador baiano tem viajado o mundo para buscar investimentos e parcerias, tanto do Consórcio Nordeste quanto da Bahia e sabe que o clima de guerra que se instaurou no país não repercute bem em nenhuma democracia forte. Isto prejudica o Brasil de inúmeras formas.
Ninguém melhor do que o próprio Lula que sabe medir este termômetro entre fazer uma oposição firme, crítica, apresentar propostas e ao mesmo tempo reconciliar com o nosso povo. Não podemos conviver em um país com 200 milhões de habitantes nutrindo um ódio destrutivo. A política é o espaço do debate, Lula já provou que é capaz de unir o país para que possamos caminhar juntos e conquistar o nosso espaço como protagonistas.
Uma das falas importantes de Rui foi a análise da aprovação popular da ministra Damares e a leitura do PT/esquerda a esta anomalia que aconteceu em 2018, segundo o governador: ”Não só a esquerda, todos nós precisamos ter um diagnóstico, mais preciso. Porque hoje há teses que sempre foram amplamente rejeitadas, sem adesão no Brasil, de preconceito a minorias ou opção sexual, de racismo, violência, armamentismo. Por que essas teses tem aderência, mesmo que de 25% da população? Precisamos refletir, partidos, universidades, imprensa”.
Damares é uma mulher que deveria ter um papel central no ministério dos Direitos Humanos e contrapor toda esta violência programada que se espalha pela sociedade brasileira. Infelizmente, a ministra atua de forma excludente, arcaica. O seu discurso e ações enraízam preconceitos, não constrói politicas públicas consistentes em consonância a importância do cargo. Isto agrava o quadro atual, reforça o discurso que a extrema direita quer impor ao país, dividir para ditar.
Outro tema muito comentado são as parcerias público-privadas. Temos que saber separar o joio do trigo e distinguir parcerias de entreguismo vira-lata. Temos que ter o discernimento em qual contexto econômico e político estamos inseridos. O Brasil de hoje não é o Brasil da era Lula/Dilma. Não se governa no passado, muito menos no futuro. O momento atual dos estados brasileiros requerem novas ações diante das limitações orçamentárias que temos.
A Bahia hoje sofre embargos de repasse do governo federal, temos limitações de arrecadação e capacidade de investimentos. Seria perfeito se vivêssemos um momento em que pudéssemos realizar a grandes obras que acontecem na Bahia com capital 100% do Estado. Mas a população não pode esperar pelo cenário ideal. Governamos no presente. Buscar parcerias que viabilizem obras da importância do VLT, metrô, hospitais, Ponte Salvador-Itaparica e tantas outras, é se reinventar e proporcionar ganhos imediatos ao estado e a população.
Hoje a Bahia é modelo de gestão para o Brasil porque teve coragem de ir além, de buscar parcerias estratégicas que se somem ao projeto de poder popular.
Governar no mundo ideal é fácil, difícil é atravessar a maior crise política/econômica do país e conseguir proporcionar um governo que tem 80% de aprovação da sociedade baiana.
A entrevista de Rui Costa traz muitos outros pontos interessantes e recomendamos a leitura. Segue o link para que cada um tire as suas próprias conclusões: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/12/lula-precisa-pregar-a-pacificacao-do-pais-e-pt-deve-ajustar-discurso-diz-rui-costa.shtml
Josias Gomes – Deputado Federal (licenciado) do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
Se concorda, compartilhe!
Deixe um comentário