Pedra no caminho
O poema No Meio do Caminho foi motivo de orgulho e consternação para o mestre da poesia brasileira Carlos Drummond de Andrade.
Primeiro, porque ao ser publicado, em 1928, na Revista de Antropofagia, o poema foi profundamente criticado pela sua simplicidade e repetição.
Depois, este verdadeiro rubi da poesia brasileira ganhou tanta notoriedade que incomodava o poeta mineiro.
Drummond costumava se resignar quando diziam que ele era o maior poeta brasileiro e, com doses de ironia, respondia que somente era lembrado pela maioria das pessoas pelo bendito poema No Meio do Caminho.
No Brasil de hoje, podemos dizer que no meio do caminho existe Bolsonaro.
Só que entre Bolsonaro e uma pedra existe algo mais duramente concreto.
As pedras nos fazem tropeçar e, metaforicamente, são as dificuldades que todos os humanos enfrentam na vida.
Podemos dizer que Bolsonaro é mais do que uma pedra no meio no caminho dos brasileiros.
Bolsonaro e o seu mundo doidivana é uma montanha rochosa de minas na vida do Brasil.
A pedra filosofal de Bolsonaro é carregada de enxofre e lama.
Um sujeito que quer um país de educação amputada, sem ciências humanas, sem pesquisa, sem pensamento crítico.
Falem de Filosofia e Sociologia para Bolsonaro e ele reverberará pedradas de ignorância: “É coisa de vagabundo, de comunista”. Taokey.
Bolsonaro é um homem que ao invés de usar as pedras que a vida colocou no seu caminho para criar uma nova via e lutar por um país digno, preferiu olhar nos olhos da Medusa e simplesmente petrificou.
Um presidente da República que negocia a sagrada aposentadoria dos mais humildes em nome do lucro de banqueiros perdeu qualquer humanidade.
Bozo carrega consigo uma alquimia da MALDADE, onde transfere o nosso tesouro para os estrangeiros e transforma a nossa riqueza em PEDRA!
Qual o custo Brasil da pedra chamada Sérgio Moro?
A pedra Paulo Guedes?
A pedra antifilosofal Olavo de Carvalho?
A pedra contra todas as minorias e direitos?
Este é um governo feito de pedras e pó.
Um desgoverno feito para liquidar o povo e beneficiar os parasitas capitalistas.
“Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas”.
A lição que fica para todos é que a extrema direita não é resposta para nada.
Muito pelo contrário, é uma pedra que, se dermos vida a ela, pode virar uma enorme montanha na vida de uma Nação.
Assim como Drummond não ficou paralisado depois da pedra no caminho da sua poesia, o Brasil também não ficará.
Temos uma antologia de lutas para resgatar o nosso país dos facínoras.
Esta terra voltará a ser do povo, lugar de poesia, sonho, conquistas, felicidade e de um amanhã repleto de esperanças.
Josias Gomes – Deputado Federal (licenciado) do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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