Qual Brasil queremos construir?
O bombardeio midiático contra as medidas apresentadas pelo governo para equilibrar as contas públicas, sem colocar o peso da conta nas costas dos trabalhadores – que já carregam o Brasil nos ombros –, revela muito mais do que discordâncias técnicas; ele expõe, de forma crua, o papel de uma elite brasileira atrasada, que não gosta de pobre e teme qualquer avanço que ameace seus privilégios históricos.
Não é novidade que ajudar os mais pobres a melhorar de vida é uma tarefa difícil no Brasil. A mentalidade escravocrata, que ainda permeia grande parte da burguesia brasileira, resiste a qualquer tentativa de construir um país mais igualitário. Essa elite, que vive no conforto de salários exorbitantes, viagens internacionais e almoços em restaurantes luxuosos, enxerga a ascensão dos mais pobres como uma ameaça, e não como uma oportunidade de crescimento coletivo.
Lula tem reiterado que é possível transformar o Brasil em um país onde a maioria da população faça parte da classe média. Esse projeto não é apenas uma utopia generosa, mas uma visão pragmática: todos ganham em uma sociedade onde mais pessoas têm acesso ao consumo, à educação e à dignidade. Porém, os alarmismos e distorções promovidos por setores da mídia e do mercado mostram que, para essa elite, medidas como a isenção de imposto de renda para quem ganha até cinco mil reais não são progresso, mas “desastres”.
O mais irônico é que aqueles que chamam essas iniciativas de tropeços ou tragédias são os mesmos que usufruem de privilégios que poucos podem sequer imaginar. Para essa turma, abrir mão de uma pequena parcela dos seus lucros em prol da maioria é impensável, mesmo que o resultado seja um país mais próspero para todos. Em 2023, um grupo de 205 bilionários e milionários de vários países assinou uma petição enviada aos líderes presentes ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, exigindo pagar mais impostos. Nenhum super-rico brasileiro assinou a carta, o que denuncia a mentalidade escravocrata da elite nacional.
Essa resistência nos faz refletir: qual Brasil queremos construir? Um país onde o desenvolvimento econômico e social seja compartilhado ou um país que continua a ser refém de uma elite que prefere manter milhões na pobreza a ceder um centímetro de seus privilégios? A escolha está diante de nós, e o futuro depende da nossa capacidade de enxergar além dos interesses de uma minoria acomodada. Como se diz na Bahia, “Homi, me deixe”. É hora de mudar.
Lula colocou a questão tributária e o fim de privilégios anacrônicos na ordem do dia, mas cabe lembrar que esta pauta não é apenas uma luta governista. Precisamos mobilizar toda a sociedade nesta pauta inadiável. Nenhuma grande conquista do povo foi concedida por benevolência dos Senhores da Casa Grande. Lutemos!
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia,
Vice-Líder do PT na Câmara
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