Temos que preservar os valores que valem a dedicação de uma vida!
Desde que os homens saíram das cavernas e iniciaram as primeiras interações sociais, migrando do estágio primitivo, selvagem e bárbaro até atingir razoável civilização, muito sangue foi derramado em nome do mínimo pacto social. A humanidade passou por revoltas e revoluções. Foram duas grandes guerras mundiais e uma guerra fria não menos sangrenta e com risco de extinção da nossa espécie na terra.
Foram anos de evolução social na luta pela prevalência do coletivo em detrimento do individual até desembocarmos ao século XX. A batalha interminável para que uma minoria não domesticasse a maioria ao seu bel prazer e comprometesse a natureza humana de socialização e bem estar social teve o seu auge durante o “mundo bipolar”, formado pelo bloco capitalista liderado pelos EUA contra a URSS e países socialistas aliados. O equilíbrio entre forças proletárias e capitalistas no pós-guerra, somado os esforços de todas as gerações da classe trabalhadora durante as inúmeras tentativas de emancipação socioeconômica, forçaram os capitalistas a pactuar o “Estado de Bem Estar Social”.
A luta de classes atingira o seu auge pelo domínio global, sobre qual ideologia prevaleceria. Uma analogia cabível é a seguinte: quer saber o seu tamanho, mire no tamanho do inimigo. Depois da queda da URSS e o notório desequilíbrio de forças, os imperialistas do capitalismo espalharam a sua face selvagem individualista pelo mundo, rompendo os pactos sociais. A muralha proletária em parte fora derrubada e os saques contra nações periféricas e de ricos contra pobres se intensificaram a níveis insustentáveis.
Desde então, o imperialismo forja o fim da história, incute na mente das pessoas que é cada um por si e os outros que morram. O trabalho de alienação das massas é tão violento que é capaz de boa parte dos oprimidos matar e morrer por um sistema que lhes nega a própria existência como seres livres. Aqui, estou a concordar com o verso de Manoel de Barros: “Eu não caminho para o fim, eu caminho para as origens”.
O esfacelamento de direitos, a destruição ambiental, o crescimento da miséria, o retorno de regimes totalitários e acúmulo trilionário saqueados por corporações que controlam o mundo, mais do que nunca, apontam o caminho de que o homem precisa voltar às origens, o capitalismo selvagem fracassou. É desumano um único homem aumentar sua fortuna em R$ 140 bilhões apenas em 2020, do Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, enquanto 1/3 da humanidade passa fome. É hora de explodir as cavernas ultracapitalistas, se existe um fim de linha é para eles. A humanidade precisa continuar seu processo social exigindo viver dignamente, de maneira solidária e com plena liberdade. Esses sim são valores que valem a dedicação de uma vida.
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia licenciado e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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