8 de outubro – Dia do Nordestino: Ser nordestino pertence a uma dimensão que nem a ciência, a história, nem mesmo o dicionário conseguem definir

O Nordeste é o meu orgulho, a minha raiz, é a genealogia da minha gente, que me deu a honra de ser nordestino. Sou sul-americano, brasileiro e nordestino! São características essenciais que guiaram minhas posições perante o mundo. Eu respiro esta terra de valentes, de gente leal às nossas culturas e tradições. Ser nordestino é pertencer a uma nação dentro do próprio Brasil. Porque a civilização brasileira seria outra não fosse o Nordeste.

Mesmo sendo a região que, desde o Império, sofreu as maiores explorações e o abandono da elite econômica, nunca negamos nossas raízes e a esperança firme de um dia transformar o Nordeste. Eu vi e fui parte desta transição no início do século XXI. Não é clichê: quem conhece os nossos estados para além dos cartões-postais e festas típicas sabe o quanto os governos do PT promoveram uma verdadeira revolução socioeconômica no Nordeste profundo.

Ainda hoje, há quem olhe para os nordestinos e nos discrimine pelo sotaque, que identifica um povo que precisou atravessar o deserto; muitos migraram para sobreviver e ajudaram a construir a riqueza no Sul e Sudeste, seja com o trabalho braçal, artístico ou intelectual. O que a maioria dos preconceituosos esquece ou finge esquecer é que realizamos a transposição do São Francisco, criamos o Água para Todos, saciamos a sede do povo e pavimentamos o caminho das colheitas.

A nossa geração e os governos fizeram pelo Nordeste, nas duas últimas décadas, o que a elite não fez em 500 anos. Democratizamos o acesso à educação e à saúde! Criamos políticas sociais que libertaram milhões de nordestinos da fome. Mas, tão importante quanto proporcionar o fundamental, foram os investimentos que criaram as bases para o desenvolvimento econômico da região. Para nós, não existe orgulho maior do que ver os filhos do povo virando doutores, professores, cientistas, e o que mais desejarem. Ainda temos muitas léguas pela frente; no entanto, estamos no caminho certo.

Louvamos o Nordeste como a fortaleza da democracia! Jamais esqueceremos que muitos caminharam quilômetros para votar em Lula em 2022, quando o golpista Bolsonaro usou a PRF para impedir o nosso povo de votar. Jamais subestimem a terra de Luiz Gonzaga, Jorge Amado, Maria Felipa, Zumbi, Maria Quitéria, Ariano Suassuna e tantos gigantes da nossa cultura e história.

Ser nordestino pertence a uma dimensão que nem a ciência, a história, nem mesmo o dicionário conseguem definir. Este é o meu povo, aqui estão as minhas raízes e a razão de viver. Se eu tivesse dez vidas, faria apenas um pedido: nascer e viver no Nordeste.

Josias Gomes

Deputado Federal (PT/Bahia)

Vice-Líder do PT na Câmara

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