
A “química” entre Lula e Donald Trump nos bastidores da ONU, não foi obra do acaso, mas uma operação muito bem coordenada entre as autoridades brasileiras e norte-americanas
A diplomacia brasileira e o governo Lula não brincam em serviço. Enquanto Bolsonaro e demais golpistas eram condenados no STF, autoridades do Brasil e dos EUA estreitaram o relacionamento para retomar as relações comerciais entre os países. O Estadão repercutiu com exclusividade este tema de interesse internacional: “Reuniões sigilosas foram prévia de encontro de Lula e Trump na ONU”.
De acordo com o jornal, a “química” entre Lula e Donald Trump nos bastidores da ONU não foi obra do acaso, mas sim uma operação muito bem coordenada entre as autoridades brasileiras e norte-americanas. “O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), conversou por videoconferência com o embaixador Jamieson Greer, representante comercial dos EUA. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira recebeu no Brasil a visita de Richard Grenell, enviado especial para Missões Especiais. Não houve divulgação de documentos, notas oficiais e registros públicos nas agendas das autoridades de Brasil e EUA. Tampouco fotos. Os dois lados adotaram cautela e agiram com discrição para evitar que agentes contrários ao estreitamento de laços implodissem a operação”, informa a matéria.
Os “agentes contrários” citados na matéria são os inimigos do Brasil: o clã Bolsonaro, que insiste em sabotar o país nos EUA como moeda de troca para assediar autoridades brasileiras e anistiar o golpista Bolsonaro. Diante da repercussão da aproximação entre Lula e Trump, os bolsonaristas entraram em desespero. A verdade, porém, é que a estratégia desenhada pelos Bolsonaros subiu pelo telhado. Os americanos têm um superávit comercial robusto com o Brasil nos últimos 15 anos. Somente no ano passado, somando bens e serviços, o superávit chegou perto de US$ 30 bilhões, segundo a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.
Vale destacar que o “tarifaço” de Trump tem um custo comercial e político, já que os EUA necessitam de produtos brasileiros de alto valor agregado e commodities estratégicas, como petróleo bruto, aeronaves e suas partes, café, ferro e aço (produtos semiacabados) e carnes bovinas. No caso do café e da carne bovina, duas paixões dos americanos, os preços disparam, e sabemos como a inflação impacta diretamente a popularidade de um presidente.
Lula e Trump não precisam ser melhores amigos, nem defender os mesmos ideais, mas, quando se dirigem duas potências como Brasil e EUA, é o jogo combinado comercial e diplomático que deve prevalecer para o bem de ambos. Lula é um negociador nato e acerta ao não ser submisso a Trump. A estratégia de manter o diálogo por meio de canais oficiais até o encontro pessoal com o mandatário dos EUA é irretocável. Afinal, como ensinou o sábio Sun Tzu: “Triunfam aqueles que sabem quando lutar e quando esperar”.
Josias Gomes Deputado Federal do PT/Bahia
Vice-líder do PT na Câmara
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