Adeus, Aldir Blanc!
“Onde você estiver, não se esqueça de mim”.
Como não se emocionar com a força deste verso cantado pelas maiores interpretes do Brasil. Aldir Blanc tanto pensou, escreveu, compôs e nos encheu de poesia, que simplesmente se eternizou na cultura brasileira.
São tempos difíceis. Blanc foi mais uma vítima do coronavírus. E no Brasil quem é vitimado por essa enfermidade em grande medida é assassinado pelo Governo Federal. Aqui morre-se de omissão, negligência generalizada, mal exemplo, embargo econômico. Bolsonarismo mata.
É impossível falar do letrista que escreveu O Bêbado e a Equilibrista e não politizar o texto. Essa canção foi levada à estratosfera na voz de Elis e virou um dos hinos da luta na campanha da anistia.
Aliás, a música que é obra de Blanc e João Bosco – umas das dobradinhas que apenas a mistura brasileira pode dar – , nunca foi tão atual:
“A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil”.
Choramos a perda de mais um dos nossos gênios. Desses seres humanos generosos que captam o sofrido cotidiano do povo. Cantam nossas belezas, nossos amores. São homens que sempre emocionaram com arte sem esquecer de que não existe verdadeira felicidade sem um país livre.
Hoje a música acordou de ressaca. Vamos cantar a sua poesia. Este é o nosso maior tributo:
“Sonhos sempre incandescentes
Recomeçam desde instantes
Que os julgamos mais ausentes
Ah, recomeçar, recomeçar
Como canções e epidemias
Ah, recomeçar como as colheitas
Como a lua e a covardia
Ah, recomeçar como a paixão e o fogo”.
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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