Bilionários do mundo têm mais riqueza do que 60% da população mundial

A analogia do professor de sociologia e cientista político Emir Sader, que circula nas redes sociais, onde o sociólogo teoriza o macaco “acumulador de bananas” e compara ao sistema capitalista e ao problema dos bilionários concentradores de poder e riqueza, traz à tona o quanto o ser humano, reconhecidamente racional, se submete a um sistema irracional, perverso e que coloca em xeque a sobrevivência humana no planeta.

Não somente o macaco, mas nenhuma espécie coloca em risco a própria extinção em detrimento de uma ínfima minoria. A maior contradição dos dias atuais é que, em nenhum período da história, a humanidade reuniu tamanha capacidade de produção de riquezas ao mesmo tempo em diversas áreas. Mas, no capitalismo selvagem, toda essa riqueza gerada pela força da classe trabalhadora é drenada para as mãos dos bilionários do mundo. Não por acaso, o sistema capitalista vive na antessala das crises e repassa a conta aos Estados-nações e ao cidadão comum, que convive diariamente com os efeitos colaterais de um sistema distópico.

Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, quando os capitalistas provocaram a maior carnificina da história e inauguraram a bomba atômica em civis indefesos, criaram a ONU e a promessa de um mundo pacífico com direitos universais invioláveis. Mas, de lá para cá, o que vimos foram trilhões de dólares derramados em guerras e golpes de Estado em nome da perpetuação do capitalismo cancerígeno. Resultado dessa anomalia são catástrofes ambientais/climáticas, quase 1 bilhão de pessoas com fome, outros muitos bilhões sem acesso ao básico, trabalhos análogos à escravidão, direitos trabalhistas rasgados, crescente desemprego e uma sociedade perversamente adoecida.

Diante de toda essa devastação, chegamos aos números de quem usurpa a riqueza produzida pela humanidade: existem 2.153 bilionários no mundo que detêm mais riqueza do que 4,6 bilhões de pessoas – ou cerca de 60% da população mundial, segundo dados revelados pelo novo relatório da Oxfam. Se existe um poder central para além das nações mais poderosas e imperialistas do mundo, são esses bilionários, parasitas que acumulam riqueza diante da tragédia humana e civilizatória. Os números são tão afrontosos que colocam em dúvida até mesmo a tese da evolução de Charles Darwin.

Se o ser humano é a evolução da espécie, o que justifica sua autodestruição em nome de um sistema que beneficia meia dúzia de macacos degenerados? Questione-se!

Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia
Vice-Líder do PT na Câmara

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