
Gaza é a Hiroshima de nosso tempo. Eu canto: Palestina Livre!
Vinícius de Moraes escreveu o poema “Rosa de Hiroshima” para denunciar as atrocidades atômicas cometidas pelos EUA contra o Japão, em uma guerra já encerrada. Naquele contexto histórico, parecia que a desumanidade havia encontrado seu limite. “Pensem nas crianças / Mudas telepáticas / Pensem nas meninas / Cegas inexatas”, clamava o poeta em versos de dor, reflexão e lamento.
A Segunda Guerra Mundial acabou, mas veio a Guerra Fria – que, apesar do nome, nada teve de pacífica. Conflitos eclodiram em diversas partes do mundo, sob o pretexto de os EUA levarem a democracia e estabelecerem a sonhada paz mundial. Impérios surgem à custa de vidas humanas, do colonialismo e de retrocessos civilizatórios. Assassinar inocentes para impor domínio geopolítico é a marca do império estadunidense. Em pleno 2025, a “rosa radioativa” encontra parentesco no genocídio praticado por Israel e EUA contra a Palestina.
Vinícius, em um de seus versos, já alertava para os perigos dessa “rosa hereditária” – que mudou de forma, mas é tão letal quanto sua prima-irmã. Mísseis teleguiados destroem hospitais, maternidades, escolas e todo vestígio de humanidade que resta na “terra prometida”. Imagine: um império contra mães e crianças indefesas. Gaza é a Hiroshima de nosso tempo.
Vinícius, com olhar de profeta, já alertava: “Mas oh, não se esqueçam / Da rosa da rosa”. Eis a realidade: sob o pretexto de caçar terroristas, Israel promoveu mais um ataque aéreo genocida, que matou nove dos dez filhos da médica palestina Alaa Al-Najjar, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Para esses “imperialistas radioativos”, não basta roubar terras palestinas – é preciso exterminar qualquer possibilidade de futuro para suas famílias. Tudo isso, sob os olhos do mundo inerte.
Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), afirmou, em entrevista ao programa Boa Noite 247, que “estamos diante da primeira solução final televisionada”. Ele também denunciou que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), há risco iminente de morte de até 14 mil bebês palestinos por inanição nas próximas 48 horas. E, como se não bastasse o extermínio de inocentes, Israel bloqueia ajuda humanitária.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza informou, em meados de agosto de 2024, que o número de palestinos mortos por Israel ultrapassou 40 mil no território desde o início do atual genocídio, em 7 de outubro. Volker Türk, alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, classificou o número como “um marco sombrio para o mundo inteiro”.
O poema Rosa de Hiroshima, de Vinícius de Moraes, foi escrito em 1946. Os versos atemporais foram musicados pelo grupo Secos & Molhados (1973), que, na voz de Ney Matogrosso, ecoou para a humanidade os perigos da:
“A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor, sem perfume
Sem rosa, sem nada.”
*Eu canto: Palestina livre!*
Josias Gomes
Deputado Federal (PT/BA)
Vice-líder do PT na Câmara
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