Genocídio dos negros no país!
O genocídio dos negros no país é política de estado desde a colonização. A Casa Grande fez fortuna com o suor, sangue e vidas pretas. No entanto, mesmo depois de quase quatro séculos de exploração e extermínio, os negros foram abandonados à própria sorte. A elite do atraso preferiu “investir” no eugenismo importando brancos fugidos do fascismo europeu, ao invés de iniciar o processo de reparação histórica que os nossos camaradas têm direito!
Nessa seara de atrasos, a grande mídia e, principalmente, a TV que completa 70 anos no Brasil – dos quais reinou absoluta por pelo menos 65 anos – é uma das principais responsáveis por afirmar conceitos racistas no Brasil. O negro da TV brasileira é visto como marginal, eterno escravo, e ator de tipos pitorescos. O racismo da TV aberta e fechada atinge seu ápice toda vez que tem uma chacina, assassinato ou protestos iguais ao dos EUA. Globo News e derivados levam seus analistas para debaterem racismo, sendo que nenhum jornalista crítico ou sequer o câmera é negro.
A grande mídia não tem legitimidade para debater o racismo porque impõe racismo diário em suas novelas, filmes, telejornais, programas de opinião e propagandas, entre outros. O negro não se vê na TV. E muitos brasileiros se condicionaram a achar que a vida negra não tem qualquer valor. O racismo que mata há 500 anos é legitimado por meios de comunicação que pregam a piedade cristã quando o povo da periferia é alvejado com 70 tiros, mas no dia a dia seus analistas políticos defendem a política entreguista de Paulo Guedes, que leva negros e pobres de volta ao tronco! Antirracista de ocasião é típico das classes abastadas brasileiras. Cínicos!
Os veículos tradicionais brasileiros estão enchendo o barril de pólvora que não pode controlar. Prova disso é Bolsonaro. Investiram tanto na criminalização da esquerda, acirraram ódio e dividiram o país, que acabaram por abrir a jaula proibida do serial killer que agora se volta contra parte dos seus interesses. Aqueles que acreditam que o brasileiro é um povo cordial, fecha os olhos para os negros vítimas do sistema, muitos deles não se submetem às constantes humilhações e extermínios dos seus irmãos.
O Brasil vive em guerra civil. A cada 23 minutos, um jovem negro morre “no país das calças beges”, como diria Mano Brown. Os empresários que se dizem antirracistas precisam eleger diretores e diretoras negras. As multinacionais que faturam bilhões em cima do povo negro precisam ter gente preta nas suas organizações.
O dia que esse país for incendiado não terá volta. São cinco séculos de revolta engasgada e desumanização programada. Desliguem a TV e abram os livros! Quem convive com os negros – mesmo diante de todo racismo estrutural – sabe do que esse povo é capaz. Nos somamos à luta antirracista, a escravidão precisa ser derrotada na raiz!
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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