Odoyá, Iemanjá, Salve a Rainha do Mar
2 de fevereiro, o Brasil inteiro rende homenagens a Iemanjá. Mares e rios são povoados por toda gente para reverenciar a mãe da fertilidade. Baianas e baianos juram que é no Rio Vermelho, em Salvador, que a Rainha das Águas escolheu sua morada.
Aqui, com a bênção de Iemanjá, naturalmente nos tornamos a capital das águas, mares e oceanos. E mais: tinha que ser num Rio Vermelho, para corar nossa fé na luta e irradiar a coragem da protetora dos pescadores e navegantes. Seu povo lhe roga proteção e a abertura de caminhos seguros. A cada 2 de fevereiro, as oferendas à orixá operam o milagre de criar um jardim em águas fertilizadas de amor.
De acordo com historiadores, a Festa de Iemanjá, que atrai fiéis, simpatizantes e turistas do mundo todo, começou em 1923 e era chamada de “Presente da Mãe d’Água”. A tradição partiu de 25 pescadores, que resolveram oferecer presentes à Mãe das Águas, na expectativa de que ela pudesse resolver o problema da escassez de peixes. Jamais duvidem da força de um movimento.
A verdade é que, quando unimos fé, cultura, tradição e sincretismo, os mares e a Terra se tornam palco de uma das maiores belezas que a natureza humana pode produzir. A Festa de Iemanjá toca nossos corações e desafia nossas retinas a captarem este espetáculo em toda a sua grandiosidade. Quem participa desse ato poderoso compreende a força e a altivez que reside em nosso povo. Somos a junção de povos de todos os oceanos e, pelo menos no 2 de fevereiro, aplacamos a brutalidade que desembarcou aqui há mais de 500 anos e insiste em oprimir os filhos da comandante das águas.
O amor a Iemanjá é uma nascente da qual devemos beber esse líquido metafísico durante o ano inteiro. O que ela quer de nós é gratidão pela vida, respeito ao próximo e valorização das nossas diferenças. Do fundo do mar, aos olhos de Iemanjá, todo mundo é igual.
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia
Vice-líder do PT na Câmara
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