Parabéns, Princesinha do Sul
Ilhéus é considerada a Princesinha do Sul, a natureza foi generosa com a menina dos olhos de Jorge Amado. Tão belas quanto às mil e uma maravilhas da cidade, é a exuberância de seu povo que tem uma marca forte de amizade, solidariedade e que mesmo com todas as diferenças ideológicas, as cicatrizes das desigualdades sociais inerentes à monocultura não foram capazes de tirar da população remediada a alegria de viver em Ilhéus.
Eu fico me perguntando como pôde ter reunido tantas qualidades numa só cidade, comuna?! Ilhéus é símbolo de boas escolhas. Uma das explicações que encontrei para minha indagação está na raiz da sua formação que mistura culturas e saberes oriundos desde a colonização com indígenas, europeus, negros, nordestinos de diversas partes, árabes, todas estas matrizes formaram um povo tipicamente ilheense.
Eu diria que estamos próximos de poder dizer que a região Cacaueira confirma uma civilização. Este dado é fundamental pra gente poder entender a grandiosidade da obra de Jorge Amado na fixação mundial do que é essa cidade e região. Sei da importância que teve e tem o cacau, e mesmo a diversidade econômica que surgiram ao longo do tempo, decorrentes da cultura cacaueira, não tiraram do fruto de ouro o carro chefe da economia local e seus grandiosos desdobramentos.
Não poderia deixar de pontuar que com o passar dos séculos, as raízes colonizadoras ainda desafiam a nossa geração a lutar contra as desigualdades socais que afligem o nosso povo, não é possível aceitarmos que diante de tanta exuberância natural, pujança econômica e cultural, tenhamos que conviver com a marca da desigualdade que provoca tantas dores aos descendentes dos que contribuíram e contribuem para erguer Ilhéus.
Mesmo diante dos desafios postos, ricos, pobres, não arrefeceram, isto é importante para trabalharmos com a perspectiva de vislumbrarmos daqui a poucos anos, na celebração dos gloriosos 500 anos de Ilhéus, possamos estar assentados numa cidade que se modernizou, mas que ao mesmo tempo manteve a sua tradição, cultura e o seu povo hospitaleiro. Ao passo que não podemos nos distanciar deste pensamento: somos a geração incumbida de projetarmos o próximo meio milênio e a nossa missão é fazer brotar a semente da justiça social para que todas as belezas locais se harmonizem em definitivo, sem que nada nos impeça de vivermos a plenitude de sermos ilheenses.
Nada é impossível para o povo que deu ao mundo o olhar, o sentimento e a crítica refinada de Jorge Amado. Assim como pássaros da mesma espécie possuem variações no canto de acordo com a região que habitam, a civilização ilheense não é diferente, a genialidade literária de Jorge bebe da fonte do seu povo miscigenado, multicultural, aguerrido, das nossas belezas inigualáveis. É impossível não se deslumbrar com a boca do mar que os rios Cachoeira, Santana formam na baia do Pontal, horizonte que ficou ainda mais belo depois ponte estaiada que emoldura o morro de Pernambuco, tudo muito belo e inspirador.
Mesmo com o passar das décadas, Ilhéus consegue conservar em mim o primeiro olhar de admiração que em vão tentava compreender tanta beleza reunida numa única cidade. Ainda hoje conversava com o companheiro Everaldo Anunciação, ele me rememorou lugares e passagens marcantes que podem ser vistos do bairro Bela Visão:
Temos a ligação do Bar do Nacib ao Bar Bataclan, e também se encontra o histórico Largo 2 de Julho, onde abrigou o antigo Mercado Municipal e a da Feira de Ilhéus. Ali desembarcava a produção agrícola e cacau vindo de Maria Jape, Banco da Vitória que abasteciam a cidade. Rememoramos o antigo porto localizado na Bahia do Pontal que exportava as nossas riquezas mundo a fora.
Ilhéus possui belas igrejas de pedras portuguesas, a imponente catedral de São Sebastião. Temos a belíssima Praça do nosso espetacular Teatro Municipal que se avizinha com a Casa Jorge Amado, a Academia de Cultura de Ilhéus, ali encontramos a veia aorta da Princesinha do Sul que irriga a cidade e o nosso sentimento de pertencimento ímpar.
Para coroar toda essa riqueza retumbante, o litoral da cidade nos oferece as majestosas praias, destaco Olivença, a praia do Marciano e tantas outras que vai do gosto do freguês. É um verdadeiro privilégio viver em Ilhéus. Peço licença ao mestre Dorival Caymmi e digo aos que ainda não conhecem a cidade: “então vá!”.
Nos 489 anos da cidade, não estarei presente fisicamente, mas o meu pensamento e melhores sentimentos estão unidos a este povo amigo. Reafirmo o meu compromisso de junto dos companheiros e companheiras do PT, o presidente Lula, o nosso governador Jerônimo e a sociedade ilheense trabalharmos com afinco para a chegada dos 500 anos. Que o futuro reservado a nossa cidade lembre-se da nossa era como o mais marcante na democratização das riquezas e oportunidades ao longo dos tempos. Ilhéus é de todos, façamos!
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia
Vice-Líder do PT na Câmara
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