
Pix, terras raras, Trump e a soberania brasileira
Desde que o Brasil foi invadido pelos colonizadores, o olhar estrangeiro identifica meios para explorar nosso povo e riquezas. Os EUA, por exemplo, acharam pouco o golpe contra Dilma para se apropriar do pré-sal e tomar de assalto a Petrobras. Agora, miram duas de nossas potencialidades: o PIX e as terras raras.
Donald Trump está usando o Pix como desculpa para atacar o Brasil, enfraquecer o Governo Lula e sabotar o Sul Global liderado pelos BRICS — tudo para abrir caminho a um presidente brasileiro submisso, sem força na geopolítica. Mas soberania não se negocia. Tampouco aceitaremos chantagens sobre o Pix: moeda digital que simboliza uma mudança de era. Trata-se da perfeita junção entre gestão pública, inclusão financeira e soberania bancária digital.
Diante do olho gordo de Trump na tecnologia bancária criada 100% pelo Estado brasileiro, busquei entender melhor a grandeza desta conquista e me deparei com números impressionantes e múltiplas possibilidades de o Brasil ser vanguarda nos pagamentos digitais mundiais. Em 2024, o Pix movimentou R$ 26,455 trilhões, 54% a mais que em 2023. Em 6 de junho de 2025, atingiu 276,7 milhões de transações num único dia, somando R$ 135,6 bilhões.
Incomodado com esse sucesso, Trump abriu uma investigação comercial, acusando o Pix de “prática desleal” contra empresas americanas e ameaçou impor tarifas de até 50% ao Brasil. O alvo real? Defender gigantes como Visa, Mastercard e Meta. Com a ajuda de um amigo economista, fiz as contas: se o volume de 2024 tivesse sido processado por cartões, pagando taxa média de 3%, as operadoras teriam faturado R$ 794 bilhões. Com 5%, ultrapassaria R$ 1,3 trilhão. Esta é a real dimensão dos ataques comerciais de Trump ao Brasil.
O Pix é rápido, seguro e gratuito para o povo. É isso que assusta os que vivem de tarifa. Esse diferencial desperta a fúria do grande capital, que sempre busca lucrar com serviços essenciais em detrimento do bem comum. A tecnologia nacional do Pix reforça a tese do presidente Lula sobre a necessidade de o Estado investir permanentemente em ciência e tecnologia. O Brasil é o berço de um povo que, quando tem oportunidade, é capaz de criar as soluções mais geniais.
Mexer com o Pix é mexer com a soberania do Brasil. E não é só o PIX que desperta a cobiça de Donald Trump: o Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo, atrás apenas da China. Terras raras é o nome dado a um grupo de 17 elementos que não são raros, mas sim de difícil extração, presentes em celulares, telas, turbinas eólicas, carros elétricos, painéis solares e até mísseis supersônicos. Ou seja, o que está em jogo é a hegemonia no futuro próximo.
Diante deste contexto, aqui no Nordeste quando nos deparamos com alguém metido a cavalo do cão, respondemos que “remédio de doido é doido e meio”. Se Trump acredita que vamos abrir mão da soberania nacional e de riquezas estratégicas por causa de tarifações abusivas é porque não conhece a determinação do filho de Dona Lindu nem do povo brasileiro que não aceita mais ser colônia de ninguém.
O Brasil é soberano! E assim será para sempre! Que Trump lide com a ascensão do Sul Global e a nova ordem multipolar. Agora é a nossa vez!
Josias Gomes
Deputado Federal (PT/BA)
Vice-líder do PT na Câmara
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