Polícia Federal deflagrou operação contra um grupo de extermínio denominado Comando C4! Sem Anistia

A herança nefasta da ditadura ganhou força desde a ascensão do bolsonarismo ao poder. A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra um grupo de extermínio denominado Comando C4 (Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos) – nome inspirado em um esquadrão da morte que atuou nos “anos de chumbo”, entre as décadas de 60 e 80.

Segundo apurações da PF, o Comando C4 era formado por militares da ativa e da reserva que vendiam serviços de monitoramento e assassinato de autoridades. A operação revelou que os milicianos tinham até tabela de preços: cobravam R$ 250 mil para monitorar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), R$ 150 mil por senador, R$ 100 mil por deputado e R$ 50 mil por cidadãos comuns.

Entre os investigados está o coronel da reserva Etevaldo Caçadini de Vargas, novamente alvo de prisão nesta terça-feira – embora já estivesse detido pela Justiça de Mato Grosso pelo mesmo esquema. Reveladoramente, Etevaldo foi colega de turma de Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em 1977. O líder do grupo também é investigado nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, por incitar o confronto das Forças Armadas contra os Poderes Constituídos.

Outro fato alarmante: a PF informou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que encontrou manuscritos com nomes de autoridades, incluindo parlamentares e ministros do STF. Isso demonstra a importância de uma Polícia Federal autônoma, capaz de investigar profundamente quem busca suprimir o Estado Democrático de Direito pela violência, colocando em risco a vida de autoridades de todos os Poderes da República.

Os fatos são gravíssimos. O Brasil esteve perigosamente próximo de uma ditadura liderada por uma ala mais radical do que a do Golpe de 64. A operação que desmantelou o Comando C4 prova que poderíamos viver algo pior do que o AI-5 de 1968. Esse tipo de criminoso teve a audácia de praticar crimes dessa magnitude em plena democracia. Imaginem depois de Bolsonaro dar um golpe.

Sem anistia para golpistas! Quem planejou derrubar a democracia e eliminar figuras públicas deve pagar por crimes tão abomináveis.

Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia
Vice-líder do PT na Câmara

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