
Resenha do livro “Malês: A Revolta dos Escravizados na Bahia e seu Legado”, de Gilvan Ribeiro.
Em “Malês: A Revolta dos Escravizados na Bahia e seu Legado”, Gilvan Ribeiro entrega um romance histórico poderoso e essencial, que resgata um dos capítulos mais emblemáticos e transformadores da história do Brasil.
Em 25 de janeiro de 1835, ainda ecoavam no Brasil os ecos da revolta dos escravizados haitianos que tomaram o poder naquele país, tornando-se os donos do poder após uma guerra liderada por Toussaint Louverture.
Pois bem, nesse ambiente de lembranças do Haiti, Salvador tornou-se palco de uma insurreição liderada por homens e mulheres negros, muitos deles muçulmanos, que se ergueram contra o sistema escravocrata em busca de liberdade, dignidade e justiça.
Com rigor histórico e uma narrativa envolvente, Gilvan Ribeiro transporta o leitor para o cenário social, cultural e religioso da Salvador do século XIX. A obra destaca o papel central da fé islâmica na organização e na resistência dos Malês, apresentando-a como uma força espiritual e política que os unia diante das adversidades. O autor dá vida aos protagonistas da revolta, mostrando-os não como vítimas, mas como agentes ativos que ousaram desafiar a opressão, mesmo diante de um sistema brutal e desumano.
Além de narrar os acontecimentos de forma detalhada, o livro aborda as consequências políticas, sociais e culturais da revolta, evidenciando como ela deixou marcas profundas na história do Brasil. Gilvan Ribeiro traça um paralelo entre o passado e o presente, destacando a permanência das desigualdades sociais e a necessidade de preservar a memória dessa luta para inspirar as gerações futuras.
Um exemplo prático desse resgate histórico é a renomeação da antiga Ladeira da Praça, em Salvador, que passou a se chamar Ladeira Revolta dos Malês. A mudança foi liderada pela vereadora Marta Rodrigues, do Partido dos Trabalhadores (PT), uma defensora incansável da valorização da memória e da luta dos oprimidos. Essa conquista transforma a ladeira em um monumento vivo, reafirmando que preservar a história é também uma forma de resistência e de construção de um futuro mais justo.
Por isso, este romance histórico de Gilvan Ribeiro vai além de uma narrativa sobre o passado. Ele nos lembra que as lutas dos Malês por liberdade e igualdade ecoam até os dias de hoje, inspirando a luta contra as desigualdades estruturais que ainda persistem. A obra é um tributo à coragem e à resistência daqueles que enfrentaram o sistema escravocrata e um convite para refletirmos sobre como a história pode iluminar o presente e o futuro.
Aproveito a oportunidade para sugerir a leitura desse livro indispensável, que combina história, memória e reflexão crítica. Malês: A Revolta dos Escravizados na Bahia e seu Legado é uma obra fundamental para todos que desejam compreender a força transformadora da resistência e o papel da memória na construção de um Brasil mais igualitário e justo.
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia
Vice-líder do PT na Câmara
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