“Vocês se meteram com a geração errada”.
Nas ruas e nas redes: “Vocês se meteram com a geração errada”. Essa foi a fórmula que os jovens com média entre 18 e 35 anos usaram para derrubar o presidente carrasco Manuel Merino em apenas 5 dias, mesmo em plena pandemia. O EL PAÍS fez uma matéria detalhada da revolução popular que sacudiu o Peru. Confira o link: Do TikTok às ruas: a geração peruana que exige um novo país
https://brasil.elpais.com/internacional/2020-12-24/do-tiktok-as-ruas-a-geracao-peruana-que-exige-um-novo-pais.html?ssm=whatsapp
O motivo do levante peruano segue o mesmo roteiro de alguns países latino-americanos que decidiram romper com a hemorragia neoliberal, causador principal das mazelas que destroem economias e milhões de vidas. Sem querer eximir os partidos de esquerda de organizar as lutas populares, o exemplo do Peru é significativo. Houve tomada de consciência da juventude, inclusive de setores da classe média que costumam abraçar ideias neoliberais e são ferrenhos defensores da “meritocracia”.
Do discurso à prática, os jovens peruanos utilizaram os meios digitais para denunciar os abusos do governo, convocar passeatas, realizar assembleias e mostrar a violência policial empregada pelo déspota Merino. Toda esta organização que uniu a teoria das redes às práticas das ruas foram decisivas para aglutinar e organizar novos manifestantes.
As ações coordenadas entre a luta virtual e nas ruas também foram cruciais para ganhar a opinião pública. Desta vez, a grande mídia não teve êxito em manipular a sociedade que aderiu à insurreição. O povo unido à juventude conseguiu derrubar o Bolsonaro peruano em 5 dias!
A luta cria musculatura para novos embates na construção de um país politizado e mais justo. O jovem advogado Erik Beya argumenta: “Agora existem pessoas que querem conhecer suas instituições e entender bem como o lobo é por dentro, não só sair para gritar”. Este tipo de comportamento quando alcança proporção nacional, a revolução acontece de verdade.
Em um país de ditaduras-golpes como o Brasil, em que temos a mídia tradicional deformadora de opinião que marginaliza a maioria da população do debate político, e pior, faz milhões de pessoas defenderem a ideologia do opressor, derrubar estes muros opressivos e alienantes é fator crucial na construção de uma nação democrática.
Ficou mais do que provado que quando unimos as bandeiras antirracistas, feministas, lgbts, justiças sociais, ambientais, econômicas, dentre outras, nos fortalecemos e as cortinas imperialistas são derrubadas. As vitórias eleitorais garantem poderes e direitos pontuais. A libertação mental de um povo estabelece conquistas vitalícias.
A ilustração do card é do jovem Bryan Pintado, assassinado durante os protestos no Peru. A luta segue no nosso continente: por aqueles que tombaram, por nós, pelas futuras gerações. Até o triunfo dos povos!
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia licenciado e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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