
De Tereza de Benguela à Eliana Gonzaga: Viva a Luta da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha!
De Tereza de Benguela à Eliana Gonzaga: Viva a Luta da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha!
A Rainha do Quariterê
Tereza de Benguela foi uma das mais notáveis líderes quilombolas da história do Brasil. Após a morte de seu companheiro, José Piolho, ela assumiu o comando do Quilombo do Quariterê, no atual estado de Mato Grosso, liderando uma comunidade formada por negros e indígenas que resistia à escravidão. Com inteligência e coragem, Tereza organizou um sistema político próprio, estruturas de produção e defesa militar, transformando o quilombo em um espaço de liberdade e autossuficiência no século XVIII.
Em 1770, o quilombo foi destruído por forças coloniais. O destino de Tereza é incerto — há quem diga que foi presa e morreu na cadeia; outros defendem a tese de que ela preferiu a própria morte à captura. Seu legado, no entanto, ultrapassou os limites do tempo: Tereza tornou-se símbolo da resistência negra e da força das mulheres na luta por liberdade. É homenageada oficialmente no Brasil no dia 25 de julho, data que marca o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
O legado da Rainha Tereza do Quariterê dialoga com o presente e o futuro das mulheres que lutam. E, num dia histórico que exalta as Mulheres Negras, Latino-Americanas e Caribenhas, não poderia faltar o depoimento inspirador da libertária Cachoeira, na voz de nossa prefeita negra, petista, que afirma o protagonismo feminino nos espaços de poder: Eliana Gonzaga – que tem como vice-prefeita outra mulher, a companheira Cristina Soares.
Cachoeira viveu seu renascimento no início do século XXI e foi transformada nos governos do PT, sobretudo após a criação da UFRB. Este espaço de saber revolucionário – ensino, pesquisa e extensão – empodera as mulheres do Recôncavo e de todo o Brasil. Esse resgate histórico-político permitiu que tenhamos uma prefeita negra à frente do progresso da cidade, preparando a independentista Cachoeira para um futuro ainda mais glorioso.
O 25 de Julho – Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha – é símbolo da luta de todas as mulheres que contribuíram e contribuem para fazer de nossas nações territórios maternos, onde predominam a igualdade, a liberdade, o progresso compartilhado e a plena soberania.
📚 Sugestões de leitura sobre Tereza de Benguela e os quilombos
1. Tereza de Benguela e o Quilombo do Quariterê
Organização: Giovana Xavier – Editora: Mórula (2020)
Coletânea de ensaios que resgatam a memória de Tereza como figura histórica e símbolo de resistência.
2. Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis
Autora: Jarid Arraes – Editora: Pólen (2017)
Livro em formato de cordel que apresenta a história de Tereza e outras mulheres negras de destaque.
3. Dicionário da Escravidão e Liberdade
Organização: Flávio dos Santos Gomes, Petrônio Domingues e Marcos Carvalho – Editora: Companhia das Letras (2018)
Obra de referência que inclui verbetes sobre Tereza e o contexto dos quilombos no Brasil colonial.
4. Quilombos e a Resistência Negra no Brasil
Organização: João José Reis
Coletânea de estudos históricos sobre a formação e resistência dos quilombos, com menções ao Quilombo do Quariterê.
Josias Gomes
Deputado Federal do PT/Bahia
Vice-líder do PT na Câmara
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