Educação transforma vidas

O tema da ressocialização é sempre muito polêmico no Brasil, e muitas vezes carregado de preconceitos. Vale lembrar que todo ser humano ou até mesmo um familiar comete erros e um dia pode vir a parar no sistema prisional. A pergunta que cabe é, o que podemos fazer para ressocializar essas pessoas? Itabuna traz um caso de sucesso por meio da educação.

No Conjunto Penal de Itabuna dos 845 internos, 535 estão matriculados na escola regular que funciona em dois turnos. Além disso, existe o projeto de remição pela leitura, em que a cada obra lida, é possível reduzir a pena em 4 dias, excelente medida. Os bons resultados começaram a aparecer, 29 presos foram aprovados na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), feito notável que demonstra como a educação e leitura podem transformar a vida das pessoas.

Outra ação de destaque promovida pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) é oferecer oficinas de corte e costura, informática e até xadrez. Desta maneira, os egressos do sistema prisional tem a oportunidade de se recolarem no mercado de trabalho, ou seja, cumpre o papel de ressocialização e prepara estas pessoas para uma nova vida. Todo este trabalho exemplar conta com a participação da Socializa, empresa contratada pela SEAP no modelo de gestão compartilhada.

O Metro 1 entrevistou uma detenta de codinome E.S aprovada na UFSB, ela relata que ainda existe muito preconceito em relação aos egressos: “O preconceito lá fora com pessoas ex-presidiárias é muito grande. A sociedade cobra demais das pessoas encarceradas, mas quando a gente sai, a própria sociedade transforma em bandidos, porque não dá oportunidade”.

O papel do poder público é investir em políticas públicas para que possamos diminuir a população carcerária no Brasil. No entanto, a sociedade precisa participar do processo de ressocialização dos egressos, caso contrário, eles acabam reincidindo os mesmos erros e não avançamos no tema.

Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia

Vice-Líder do PT na Câmara

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