
Sem Anistia: Democracia Não Se Negocia
Sem Anistia: Democracia Não Se Negocia
A tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro de 2023 não pode ser relativizada. Aquilo não foi um ato isolado de fanáticos inconformados com o resultado das urnas. Foi, sim, a manifestação visível de um projeto autoritário que rejeita os fundamentos da democracia. Um projeto articulado, financiado e incentivado por lideranças políticas que, em pleno século XXI, tentaram subverter a ordem constitucional, invadir os Três Poderes e destruir os pilares da República.
Sem democracia, eliminamos por completo a participação do povo na vida política de um país. Bloqueamos toda e qualquer possibilidade de construir uma nação justa, soberana e plural. Por isso, atacar a democracia é cometer um dos crimes mais graves contra a pátria — e é exatamente isso que Jair Bolsonaro e seus aliados fizeram.
É preciso dizer com todas as letras: Bolsonaro é o Costa e Silva do nosso tempo. Assim como o general que fechou o Congresso e institucionalizou a repressão no AI-5, Bolsonaro promoveu o desmonte de políticas públicas, estimulou o ódio como método político e, ao ser derrotado nas urnas, tentou destruir a democracia por dentro.
Não há como normalizar a tentativa de golpe. Não há como fingir que tudo pode ser perdoado em nome de uma suposta “pacificação”. A história brasileira já nos ensinou — com sangue, silêncio e sofrimento — que a anistia concedida aos crimes da ditadura abriu caminho para a impunidade, a repetição da violência e o fortalecimento da cultura autoritária. Repetir esse erro agora seria empurrar o país novamente para o abismo.
É por isso que sou contra a anistia. Não apenas por convicção ideológica, mas por dever com a democracia brasileira. Por ter dedicado parte da minha vida à sua reconstrução. Por saber que a impunidade é o solo fértil onde germina o golpismo.
A democracia, mesmo com todas as suas imperfeições, é o único sistema capaz de corrigir desigualdades econômicas, sociais, raciais e de gênero. Foi ela que permitiu que o Brasil desse passos importantes nos governos de Lula e Dilma, com políticas de combate à fome, ampliação do acesso à educação, valorização da agricultura familiar e protagonismo internacional.
Mas toda essa construção foi atacada desde o início pelas elites inconformadas com a ascensão dos de baixo. O “mensalão”, a Lava Jato, o golpe contra Dilma, a prisão injusta de Lula e a eleição de Bolsonaro, em 2018, fazem parte de um roteiro de desestabilização. Com o retorno de Lula ao poder, a democracia triunfou, mas saiu ferida. E não há como curá-la com esquecimento ou complacência.
O Brasil tem muitos desafios: combater a fome, gerar emprego, reconstruir o Estado de bem-estar social, proteger o meio ambiente. Mas nenhuma dessas tarefas será cumprida com estabilidade se não enfrentarmos a herança autoritária e os crimes contra a democracia.
O que está em jogo não é um indivíduo, mas os fundamentos do regime democrático. Por isso, repito o que milhões de brasileiros disseram nas ruas, nas urnas e nos palanques:
Não tem choro nem vela: sem anistia para golpistas.
Porque a democracia, quando se cala diante de um golpe, começa a morrer em silêncio. #SemAnistia
Josias Gomes
Deputado Federal do PT/Bahia
Vice-líder do PT na Câmara
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